ASPECTO DO LEITO DA LESÃO E A INDICAÇÃO DO USO DA LASERTERAPIA EM FERIDAS DE PACIENTES COM DOENÇAS ONCO-HEMATOLÓGICAS
Resumo
Introdução: O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) reconhece a autonomia do enfermeiro para desempenhar e supervisionar os cuidados com a lesão, como avaliar, prescrever e executar intervenções. A Resolução 567/2018 do COFEN, delibera que o enfermeiro pode utilizar a terapia com laser para o tratamento de feridas, desde que devidamente capacitado¹. O preparo do leito da lesão visa promover condições para o desenvolvimento do tecido de granulação, favorecer o reparo, obter um leito bem vascularizado, livre de tecidos inviáveis, de excesso de exsudato, com baixa carga bacteriana, e favorecer a interação da luz irradiada com a célula. É importante conhecer as características do tecido no leito da lesão; Presença de exsudato, natureza e volume; existência de túneis e/ou cavidades; Condição da pele perilesional e necessidade de tratar a biocarga bacteriana². A escala de PUSH (Pressure Ulcer Scale for Healing) avalia as lesões e a evolução do processo de cicatrização da lesão³. Quando parte da luz do laser é absorvida pelo tecido gera um fenômeno fotobiológico na célula que promove ações analgésicas, anti-inflamatórias e reparação tecidual. O laser atua no estímulo da produção de fibroblastos, fabricação de fibras colágenas e elastina de modo mais organizado, melhorando o efeito cicatricial4. Objetivo: Analisar o aspecto do leito da lesão e a indicação do uso da laserterapia em feridas de pacientes com doenças onco-hematológicas. Metodologia: Um estudo exploratório, de abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva, recorte de um TCC. A amostra foi de seis (6) pacientes, de um hospital de referência no estado de Pernambuco. O estudo obedeceu aos aspectos éticos e legais da Resolução N°466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 5051177 e Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) numeração: 51606021.9.0000.5195. Foi utilizado no tratamento laser de baixa potência (laser pulse – L42), com voltagem automática e mantida constante durante todo o tratamento, energia de 3J, comprimento de onda vermelho, as sessões ocorreram 3x/semana, sendo os registros feitos por fotos a cada atendimento. Resultados: Na primeira sessão de laser as lesões apresentavam leito com tecido necrosado, sendo necessários técnicas de desbridamento autolítico e instrumental conservador, odor nível 4, avaliado pelos indicadores TELER. Exsudato moderado, de aspecto purulento, fibrinoso a serossanguinolento; Pele perilesional e bordas hiperpigmentadas. Na última sessão evidenciou-se (100%) de tecido de granulação. A maior parte das lesões evoluíram com odor ausente, diminuição do exsudato e ausência de dor. Conclusão: O preparo do leito da lesão exige conhecimento e o profissional deve investir tempo na avaliação para uma melhor conduta. Os resultados versaram de um cuidado diferenciado a partir de uma abordagem holística e individualizada. Os benéficos da laserterapia de baixa potência que se pôde-se observar, são: analgesia, modulação do processo inflamatório e a reparo de tecidos biológicos, o que comprova que esta é uma ferramenta promissora, e que pode auxiliar no tratamento das feridas de difícil cicatrização, associada às boas práticas de manejo das lesões. É de suma importância que a técnica seja executada por profissional capacitado.