UTILIZAÇÃO DA TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA NA PREVENÇÃO DE DEISCÊNCIAS DE FERIDAS OPERATÓRIAS:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Resumo
INTRODUÇÃO: A deiscência da ferida operatória (FO) constitui-se como uma complicação pós operatória na qual ocorre a ruptura da sutura, podendo ser ocasionada seja por fatores extrínsecos relacionadas a limpeza da ferida e a técnica cirúrgica utilizada, como também, por fatores intrínsecos, incluindo obesidade, histórico de tabagismo e doenças como diabetes e hipertensão. Nesse sentido, algumas terapias podem ser utilizadas na prevenção dessa complicação, como a Terapia Por Pressão Negativa (TPN), que constitui-se como uma pressão subatmosférica realizada no leito da ferida, aumentando assim, o fluxo sanguíneo e estimulando o crescimento do tecido de granulação, dessa forma, acelerando o processo de cicatrização da sutura. OBJETIVO: Investigar através da literatura científica a utilização da Terapia Por Pressão Negativa na prevenção de deiscências. MÉTODO: Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada através das bases de dados SciELO, LILACS e MEDLINE, por meio dos Descritores em Ciências da Saúde: “Ferida Operatória”, “Tratamento de Ferimentos com Pressão Negativa” e “Deiscência da Ferida Operatória”, combinados entre si pelo operador booleano AND. Como critérios de inclusão, foram utilizados artigos disponíveis na íntegra, online, nos idiomas de português, espanhol e inglês, publicados entre os anos de 2018 a 2023. Como critérios de exclusão, foram utilizados estudos que não contemplavam o tema, literatura cinzenta e estudos repetidos nas bases de dados. RESULTADOS: Após a busca, foram encontrados 29 estudos relacionados ao tema, na qual 3 foram escolhidos para compor a revisão. A deiscência pode ocasionar diversas complicações ao paciente, resultando em um maior prolongamento da estadia hospitalar bem como, prejuízo a qualidade de vida do paciente e o aumento de custo no tratamento da lesão, diante disso, TPN pode ser utilizada em pacientes propensos a essa complicação, assim, evitando-a. A TPN se baseia na na aplicação de uma pressão subatmosférica na ferida de forma uniforme, exercendo uma sucção sobre o local na qual causa evacuação do fluido, evitando o acúmulo de líquido, reduzindo assim o edema e o risco de seroma e hematomas no local, bem como, a redução da tensão e cisalhamento da sutura, assim, diminuindo significativamente o risco de deiscência. Dessa forma, ao promover um maior fluxo sanguíneo na ferida, consequentemente, inicia-se a indução a formação de tecido de granulação, além disso, a TPN propicia a redução do exsudato, uma vez que a presença abundante de secreção local tende a macerar as bordas interferindo no processo de cicatrização e tornando viável o crescimento de microrganismos no local, bem como, a redução do edema, tornando possível o aumento da perfusão local de oxigênio e nutrientes, assim, prevenindo o rompimento da sutura. CONCLUSÃO: Diante dos fatos supracitados, conclui-se que a TPN pode ser utilizada de forma preventiva na ferida pós-operatória, reduzindo o risco de complicações e acelerando o processo de cicatrização, otimizando tal processo e proporcionando maior qualidade de vida ao paciente.