PREVALÊNCIA DE LESÕES POR PRESSÃO RELACIONADO A DISPOSITIVOS MÉDICOS E FATORES ASSOCIADOS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Autores

  • CAMILA BARROSO MARTINS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
  • MANUELA DE MENDONÇA FIGUEIRÊDO COELHO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
  • VIVIANE MAMEDE VASCONCELOS CAVALCANTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
  • NAYELLE RODRIGUES MACIEL UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
  • CARLO ANDRÉ LUCAS CAVALCANTE NÚCLEO DE ESTOMATERAPIA - INSTITUTO DOUTOR JOSÉ FROTA - IJF
  • ANA DÉBORA ALCANTARA COELHO BOMFIM NÚCLEO DE ESTOMATERAPIA - INSTITUTO DOUTOR JOSÉ FROTA - IJF
  • SILVÂNIA MENDONÇA ALENCAR ARARIPE NÚCLEO DE ESTOMATERAPIA - INSTITUTO DOUTOR JOSÉ FROTA - IJF
  • KAIO ROGER MORAIS ARAÚJO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

Resumo

Introdução: Lesão por pressão (LP) é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionado a um dispositivo médico¹. A LP relacionada a dispositivo médico é frequentemente atribuída à utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e óculos de proteção²-³. Objetivo: Avaliar a prevalência de LP relacionadas a dispositivos médicos e fatores associados. Método: Estudo observacional, transversal, realizado em 02 unidades de terapia intensiva (UTI) em Fortaleza-CE. A amostra foi de 98 profissionais que atuaram no COVID-19 em maio e junho de 2021. Os dados foram coletados em formulário e exame físico da pele, resultados tabulados e analisados no software SPSS versão 23. Foram realizadas análises descritivas e regressão logística binária (método enter). Aprovado no comitê de ética: 4.368.701. Resultados: Dos 98 profissionais, 27 eram enfermeiros, 15 fisioterapeutas, 04 médicos e 52 técnicos de enfermagem. A mediana da idade foi de 35,50 anos (desvio padrão 8,5, idade mínima de 21 e máxima 79). Cada profissional fazia uso de 2,84 EPIs onde 97 (99%) relataram o uso de máscaras do tipo N95, 31 (31,6%) óculos de proteção, 25 (25,5%) utilizavam o protetor facial, 89 (90,8%) touca e 12 (12.2%) uso de máscara cirúrgica. No reposicionamento dos EPIs, a média foi de 5,5h (mínimo de 01h e máximo 12h), uso da máscara N95 em média por 5,9h ininterruptas (mínimo de 1h e máxima de 12h), a média de 4,21 (mínima de 0h e máxima de 12h) para alívio dos óculos de proteção, a média foi de 3,4h (mínimo de 1h e máximo de 12h) para alívio do protetor facial. Apenas 63,3% realizavam alívio da pressão dos EPIs em locais seguros. Houve prevalência de 83,67% de LP relacionados ao uso de EPI com média de 1,6 lesões por pessoa. Identificados 163 lesões, 31,29% osso nasal, 4,9% retroauricular, 62,58% zigomática e 1,23% frontal. Realizada regressão logística binária com objetivo de investigar em que medidas a presença de LP poderia ser prevista pelos fatores como frequência de reposicionamento dos EPIs para alívio da pressão, hidratação da pele, idade, presença de edema e condições visíveis da pele (oleosa, mista, normal e seca). De todos os preditores, apenas pele oleosa teve impacto estatisticamente significativo [(exp(b) = 19.1]. O modelo foi estatisticamente significativo [c2(12) = 27.908, p < 0,05; Nagelkerke R2 = 0,423], sendo capaz de prever adequadamente 84,5% dos casos (sendo 95,1% dos casos corretamente classificados para quem teve LP demonstrando que ter pele oleosa aumenta 19 vezes a probabilidade de desenvolver LP relacionada ao uso dos EPIs. Conclusão: O surgimento de lesões resultantes da pressão, alteração de microclima da pele e fricção ocasionam a perda da integridade da pele. O aumento da probabilidade de desenvolver LP em pele oleosa em 19 vezes é significativo, o uso prolongado dos EPIs gera riscos, sendo necessário avaliação e alívio de pressão dos locais lesionados.

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Publicado

2023-10-21

Como Citar

BARROSO MARTINS, C. ., DE MENDONÇA FIGUEIRÊDO COELHO, M. ., MAMEDE VASCONCELOS CAVALCANTE, V. ., RODRIGUES MACIEL, N. ., ANDRÉ LUCAS CAVALCANTE, C. ., DÉBORA ALCANTARA COELHO BOMFIM, A. ., MENDONÇA ALENCAR ARARIPE, S. ., & ROGER MORAIS ARAÚJO, K. . (2023). PREVALÊNCIA DE LESÕES POR PRESSÃO RELACIONADO A DISPOSITIVOS MÉDICOS E FATORES ASSOCIADOS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/795