COMPORTAMENTOS DE RISCO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS NO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO À NOVA CONDIÇÃO DE VIDA

Autores/as

  • Gustavo Assis Afonso Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Lana De Medeiros Escobar Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Jakeline Costa Dos Santos Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Bruno De Sousa Pappalardo Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Caroline Rodrigues De Oliveira Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Patrícia Alves Dos Santos Silva Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Carolina Cabral Pereira Da Costa Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro

Resumen

INTRODUÇÃO: As estomias intestinais são oriundas de intervenções cirúrgicas na abordagem de neoplasias malignas, doenças inflamatórias intestinais, traumas, dentre outros agravos. A doença e a estomia representam desafios para a adaptação ao usuário mediante complexidades que envolvem aspectos biopsicossociais, sexuais e espirituais. Neste sentido, as pessoas com estomias adotam diversas estratégias para atender suas demandas multifacetadas. Portanto, é relevante o estomaterapeuta analisar o processo de adaptação do indivíduo. OBJETIVOS: Descrever os comportamentos de risco autoprovocados por pessoas com estomias intestinais no contexto da adaptação à nova condição de vida. MÉTODO: Estudo qualitativo e descritivo, realizado com 20 participantes atendidos em um ambulatório de estomaterapia e um hospital universitário no Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, registradas em áudio e transcritas integralmente. O tratamento dos dados deu-se por meio da técnica de análise temática de conteúdo, evidenciando 3 categorias. Finalizada a entrevista, o participante foi devidamente orientado sobre os comportamentos de risco identificados para adotar condutas adequadas ao cuidado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer CAAE 85138124.1.0000.5282. RESULTADOS: Categoria 1 - Manejo inadequado da pele periestomia Com vistas a promover a aderência do equipamento coletor e evitar o seu descolamento, 10 (50%) dos participantes relataram o uso de adesivos na pele periestomia, como esparadrapo, fita microporosa, durex e fita crepe. Tais produtos contrainidicados são potenciais para desenvolver agravos à saúde, como Lesões por Adesivo Médico, dermatites alérgicas, dentre outros (1). Ademais, o emprego de álcool e solução fisiológica foi relatado por 6 indivíduos (30%) como medida para promover a higiene da pele periestomia. Tais substâncias são contraindicadas por diretrizes clínicas e constituem gastos financeiros com suas aquisições (1-2). Categoria 2 – Manipulação imprópria do equipamento coletor O recorte inadequado da base adesiva e a higienização excessiva do equipamento coletor com água em abundância foram relatados por 4 (20%) entrevistados. Essas ações contribuem significativamente para o surgimento de complicações de pele e interferem no tempo de duração do equipamento coletor. Além disso, 1 (5%) entrevistado afirmou isolar e proteger o coletor durante o banho, evidenciando seu receio em expor o material à água. De acordo com consensos de especialistas, o equipamento coletor pode ser exposto durante o banho, devendo evitar altas temperaturas (2). Categoria 3 – Desinformação e não adesão às orientações do estomaterapeuta A busca por informações sobre o gerenciamento da estomia na internet e a não adesão às orientações fornecidas pelo especialista foram evidenciadas por 3 (15%) usuários. O conteúdo acessado em sites e redes sociais pode conter informações inadequadas. As orientações em saúde devem ser fornecidas pelo profissional especialista. CONCLUSÃO: A pessoa com estomia intestinal adota estratégias que visam gerenciar sua adaptação à nova condição de vida. Entretanto, as práticas adotadas neste estudo evidenciaram hábitos indevidos, com desdobramentos desfavoráveis ao processo de reabilitação. Compreender quais são esses comportamentos permite ao estomaterapeuta identificar a problemática em questão e intervir sobre elas, promovendo mudanças no estilo de vida através da orientação em saúde.

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Publicado

2025-10-01

Cómo citar

Afonso, G. A., Escobar, L. D. M., Santos, J. C. D., Pappalardo, B. D. S., Oliveira, C. R. D., Silva, P. A. D. S., Costa, C. C. P. D., & Souza, N. V. D. D. O. (2025). COMPORTAMENTOS DE RISCO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS NO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO À NOVA CONDIÇÃO DE VIDA. Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2003