DOR NO PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA NA PERSPECTIVA DA TEORIA DO CONFORTO
Resumo
INTRODUÇÃO: A úlcera venosa é uma afecção cutânea desencadeada pela insuficiência venosa crônica em membros inferiores, atingindo o tecido em nível superficial, profundo ou misto1. Caracterizada pela difícil cicatrização e altas taxas de recidiva, a úlcera venosa frequentemente apresenta odor desagradável, alta exsudação e dor. A dor tem um impacto negativo significativo no bem-estar psicológico, físico e emocional do indivíduo, limitando atividades diárias, relações sociais, sono e mobilidade2,3. A dor pode se intensificar durante a troca de curativos, gerando ansiedade e desânimo, o que ressalta a importância de promover conforto e bem-estar4. A Teoria do Conforto de Kolcaba define o conforto como uma experiência de fortalecimento, onde as necessidades de alívio, tranquilidade ou transcendência são atendidas nos contextos físico, psicoespiritual, ambiental e sociocultural5. OBJETIVO(S): Conhecer as características físicas, emocionais e espirituais de pacientes internados com úlcera venosa que sentem dor, na perspectiva da Teoria do Conforto. MÉTODO: Estudo qualitativo exploratório, realizado nas unidades de clínica médica e cirúrgica em um hospital universitário no sul do Brasil. Foram incluídas pessoas maiores de 18 anos, com diagnóstico de insuficiência venosa crônica e/ou com Índice de Tornozelo Braquial entre 0,6 e 1,2. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semiestruturada abordando aspectos sociodemográficos, de saúde/doença, psicossociais e psicoespirituais. A análise de dados utilizou literatura científica e experiências dos pacientes, nos contextos físico, psicoespiritual, sociocultural e ambiental da Teoria do Conforto. O estudo foi aprovado sob parecer número 6.640.112 e CAAE 75923023.4.0000.0121. RESULTADOS: Participaram 13 pacientes, do sexo masculino, com idades entre 52 a 87 anos, 38,4% completaram o 2º grau e 23,1% eram analfabetos. As comorbidades foram hipertensão arterial sistêmica (n=12) e diabetes mellitus (n=8). O tabagismo e o etilismo foram evidenciados em 10 participantes. Referente aos pacientes com feridas, a dor foi citada em 100% dos casos, sendo 76,9% dor intensa. Para alívio e controle da dor, 92,3% relataram redução ao elevar os membros e 30,7% com analgésicos. Métodos como caminhada, repouso e massagem, foram citados por 30,7%. A principal queixa foi dificuldade de deambular (76,9%), seguida por fadiga e edema (38,4%). Quanto aos cuidados com as feridas, 30,7% não recebiam ajuda, entre os que recebiam, 38,4% eram de filhos, 15,3% de cônjuges, 23,1% de serviços de saúde e 7,7% de cuidadores. Dos fatores psicossociais e psicoespirituais, a dor crônica foi relatada por nove dos 13 participantes (69,2%). O desconforto foi citado por 53,8%, perda de autoestima e perda de produtividade por 38,4%. A depressão foi relatada em 23,1% dos casos, enquanto o isolamento social representou 30,7%. CONCLUSÃO: A dor em pacientes com úlcera venosa representa um fator significativo de comprometimento do conforto, afetando dimensões físicas, psicoespirituais, sociais e ambientais.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Machado, A., Girondi, J. B. R., Amante, L. N., Soldera, D., Almeida, A. F. D. S., Ávila, M. F., Silva, R. H. D., & Wagner, L. (2025). DOR NO PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA NA PERSPECTIVA DA TEORIA DO CONFORTO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2143
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Seção
Artigos
