FERIDA À DISTÂNCIA, CONEXÃO QUE CURA: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM TRATAMENTO REMOTO DE QUEIMADURA DE ESPESSURA PARCIAL DO PEQUENO QUEIMADO.
Resumo
Introdução: Queimaduras são lesões traumáticas que exigem avaliação especializada e condutas criteriosas para evitar infecções, cicatrização inadequada e impacto funcional e estético.1 Em contextos onde o acesso ao cuidado especializado é limitado, o uso da teleconsulta, aliado a recursos terapêuticos locais, pode promover desfechos favoráveis.2 Este relato descreve a condução remota do tratamento de uma queimadura de segundo grau3, com o uso de tecnologias acessíveis e abordagem integrativa. Objetivo: Relatar a experiência de tratamento remoto de uma queimadura de espessura parcial (segundo grau) profundo, classificado com o pequeno queimado segundo a regra dos nove, de acordo com a SBQ (Sociedade Brasileira de Queimados)1. Onde foi utilizado enzima proteolítica, óleo ozonizado e aplicação pontual de laser de baixa intensidade. Método:Trata-se de um relato de experiência realizado no primeiro semestre de 2025, com acompanhamento remoto de paciente adulto, residente em município diferente da estomaterapeuta responsável. O caso envolveu queimadura de espessura parcial (segundo grau) profunda, em dorso do pé, com necessidade de epitelização completa em até 40 dias, devido a uma viagem programada do paciente. Os atendimentos foram realizados por meio de videochamada. Inicialmente, foi indicada a utilização de enzima proteolítica, devido à presença de tecido desvitalizado (esfacelo) aderido em toda a extensão da lesão. Após desbridamento autolítico parcial, iniciou-se a aplicação de hidrogel com o objetivo de manter a hidratação do leito da ferida, favorecendo a continuidade do desbridamento e a manutenção de um ambiente úmido ideal para a cicatrização. Com a evolução do quadro e a remoção completa do esfacelo, foi prescrita a utilização de óleo ozonizado, manipulado na cidade de residência do paciente. Em uma etapa intermediária,o paciente realizou duas sessões de fotobiomodulação com laser de baixa intensidade,conduzidas por uma enfermeira local,com intervalo de uma semana entre as sessões. O restante do acompanhamento terapêutico foi realizado exclusivamente com o uso tópico do óleo ozonizado, até a completa epitelização da lesão. Resultados: Observou-se uma resposta clínica altamente positiva à terapêutica instituída, com rápida evolução da cicatrização. Inicialmente, diante de uma lesão estagnada há aproximadamente uma semana, de acordo com relato do paciente, e com presença de esfacelo aderido, foi indicada a aplicação de enzima proteolítica, seguida do uso de hidrogel para manutenção da hidratação e estímulo ao desbridamento autolítico. Com a limpeza gradual do leito da ferida, introduziu-se o óleo ozonizado, que promoveu redução progressiva da área lesional, melhora significativa do tecido de granulação e aceleração da epitelização. A associação pontual de LBI, realizada em duas sessões , potencializou os efeitos regenerativos e reparação tecidual. Em apenas 38 dias, a lesão encontrava-se totalmente epitelizada, sem sinais de infecção ou outras complicações. O desfecho positivo permitiu que o paciente realizasse sua viagem conforme o planejamento, segurança e integridade cutânea restabelecida.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Souza, M. G. D. (2025). FERIDA À DISTÂNCIA, CONEXÃO QUE CURA: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM TRATAMENTO REMOTO DE QUEIMADURA DE ESPESSURA PARCIAL DO PEQUENO QUEIMADO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2157
Edição
Seção
Artigos
