OZONIOTERAPIA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICA: REVISÃO DE LITERATURA COMPARATIVA COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA (HBOT)
Resumen
LIVIA ROCHA MARTINS MENDES (UNIVAS UNIVERSIDADE DO VALE SAPUCAÍ) As úlceras venosas crônicas representam um desafio relevante na saúde pública mundial, caracterizando- se por elevada prevalência, curso prolongado, alta taxa de recorrência e impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Estima-se que mais de um milhão de brasileiros sejam afetados por feridas crônicas, com a insuficiência venosa como uma das principais causas. O tratamento convencional baseia-se na terapia compressiva, curativos, controle de comorbidades e, em casos selecionados, intervenções cirúrgicas. Entretanto, parte dos pacientes não apresenta resposta satisfatória, demandando a incorporação de terapias adjuvantes capazes de acelerar a cicatrização, reduzir sintomas e melhorar a funcionalidade. A ozonioterapia, inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (Portaria GM/MS nº 702/2018) e regulamentada pela Lei nº 14.645/2023, surge como alternativa terapêutica complementar. Seu mecanismo de ação envolve propriedades antimicrobianas, modulação da resposta inflamatória e estímulo à angiogênese, favorecendo a oxigenação tecidual. É aplicada de forma tópica (óleo e água ozonizados, bolsa de gás) ou sistêmica, apresentando baixo custo e viabilidade para uso em atenção primária. No contexto internacional, a prática é regulamentada em países como Alemanha, Cuba e Rússia, enquanto nos Estados Unidos permanece não reconhecida pela FDA. A Declaração de Madrid (ISCO3) estabelece diretrizes técnicas para sua aplicação segura. Objetivo analisar criticamente evidências científicas sobre a eficácia da ozonioterapia no tratamento de úlceras venosas crônicas, comparando-a à oxigenoterapia hiperbárica (HBOT) nos desfechos de cicatrização, controle da dor e qualidade de vida. A metodologia consistiu em revisão narrativa com busca em bases indexadas (PubMed, SciELO, Web of Science, DOAJ), incluindo estudos clínicos controlados e meta- análises publicadas entre 2015 e 2024. Foram selecionados quatro estudos clínicos e uma meta-análise. Resultados indicaram que a ozonioterapia promoveu redução significativa da área da ferida (SMD = 66,54%), menor taxa de amputação (RR = 0,36; p < 0,00001) e ausência de eventos adversos relevantes. No estudo comparativo, a HBOT apresentou maior eficácia cicatricial (69,67% vs. 41,33%), mas a ozonioterapia demonstrou melhor desempenho no controle da dor (VAS: 2,33 vs. 0,55; p < 0,000001) e na qualidade de vida, com escores superiores após seis meses (p < 0,015). Esses achados reforçam seu potencial para manejo sintomático e melhoria funcional, mesmo quando a taxa de cicatrização é inferior à da HBOT. A discussão ressalta que, embora não seja considerada tratamento de primeira linha segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular a ozonioterapia pode ser recomendada como adjuvante em casos refratários. Seu perfil de segurança, facilidade de aplicação e benefícios em dor e bem-estar tornam-na opção atraente, principalmente para pacientes com limitações de acesso a terapias mais complexas. Conclui-se que a ozonioterapia é um recurso promissor no tratamento de úlceras venosas crônicas, com evidências que sustentam seu uso complementar, especialmente no alívio da dor e na qualidade de vida. Entretanto, há necessidade de estudos multicêntricos, randomizados e com seguimento prolongado para consolidar protocolos clínicos padronizados e ampliar a robustez das recomendações. A aplicação deve seguir rigor ético, regulamentação vigente e capacitação profissional específica.Descargas
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Publicado
2025-10-01
Cómo citar
Oliveira, J. R. M. D. (2025). OZONIOTERAPIA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICA: REVISÃO DE LITERATURA COMPARATIVA COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA (HBOT). Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2190
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Artigos
