AVALIAÇÃO CLÍNICA DA PELE DE RECÉM-NASCIDOS A TERMO SAUDÁVEIS: ESTUDO DESCRITIVO LONGITUDINAL
Resumo
Introdução: A pele do recém-nascido (RN) apresenta particularidades anatômicas e fisiológicas específicas que a tornam mais vulnerável em comparação à pele do adulto, como menor espessura, maior perda de água transepidérmica (TEWL), menor hidratação do estrato córneo (SCH) e um pH cutâneo levemente alcalino (entre 7,0 e 7,5)1. Essas condições favorecem o desenvolvimento de xerose, infecções cutâneas, dermatite atópica (DA) e dermatite associada à incontinência2. A avaliação sistemática da pele neonatal, realizada majoritariamente pela equipe de enfermagem, é essencial para identificar precocemente alterações e implementar intervenções que favoreçam o amadurecimento da barreira cutânea e previnam complicações dermatológicas3. Contudo, há poucos estudos que descrevem a evolução clínica da pele do RN no primeiro mês de vida. Objetivo: Caracterizar as condições clínicas da pele de RN saudáveis durante o primeiro mês de vida. Método: Estudo descritivo, longitudinal e quantitativo, vinculado a um ensaio clínico randomizado4, realizado em um hospital universitário público na cidade de São Paulo - Brasil, entre outubro de 2018 e dezembro de 2019. A amostra, de conveniência, foi composta por 100 RN a termo, saudáveis. Foram excluídos os RN com anomalias congênitas diagnosticadas após a inclusão, aqueles submetidos à fototerapia ou transferidos de unidade. Na avaliação inicial (T0), realizada após o banho do RN, coletaram-se dados sociodemográficos e clínicos, e aplicou-se a Escala de Condição da Pele do Recém-Nascido (ECPRN)?, a qual avalia a presença de secura, eritema e ruptura/lesão da pele. A localização anatômica dos achados foi registrada em figura corporal padronizada. Reavaliações da pele ocorrem em: 48 horas (T1), 14 dias (T2) e 28 dias pós- nascimento (T3). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando o software SPSS versão 17. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 2.714.918).Resultados: A amostra foi majoritariamente composta por RN do sexo masculino (54%), nascidos por parto vaginal (61%), sem histórico familiar de DA (94%) e com idade gestacional média de 39,19 ±1,07 semanas. Quanto à avaliação das condições da pele, observou-se redução progressiva da pele com secura ao longo do tempo, com prevalência de 64,0% após o banho, 52,5% em 48 horas, 69,0% aos 14 dias e apenas 7,0% aos 28 dias sendo os membros superiores e inferiores as regiões com maior prevalência. A presença de eritema visível em até 50% da superfície corporal aumentou de 9,0% (T0) para 14,14% (T1) e 22,0% (T2), reduzindo-se para 6,0% ao final do período (T3). As regiões que apresentaram a maior prevalência foram o abdômen e o tórax. Rupturas cutâneas foram raras, em todos os tempos: nenhuma ruptura visível foi observada em 99% dos RNs após o banho, 97,98% em 48 horas, e 99% tanto aos 14 quanto aos 28 dias. Quando presentes, as lesões estavam em membros inferiores principalmente. Conclusão: Alterações cutâneas são comuns nas primeiras semanas de vida, porém a maioria dos RN apresentam melhora significativa e recuperação da integridade da pele até o 28º dia.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Ramos, M. C. M., Henriques, N. L., Guimarães, B. R., & Duarte, E. D. (2025). AVALIAÇÃO CLÍNICA DA PELE DE RECÉM-NASCIDOS A TERMO SAUDÁVEIS: ESTUDO DESCRITIVO LONGITUDINAL. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2327
Edição
Seção
Artigos
