ENSAIO CLÍNICO SOBRE A PRESSÃO NAS PROEMINÊNCIAS ÓSSEAS CONFORME DECÚBITO

Autores

  • Eline Lima Borges Ufmg
  • Ana Luizi Perígolo Miranda Ufmg
  • Perla Oliveira Soares De Souza C-Core Brasil
  • Mery Natali Silva Abreu Ufmg
  • Josimare Aparecida Otoni Spira Ufmg

Resumo

INTRODUÇÃO: lesões por pressão são eventos adversos comuns e dispendiosos, mas potencialmente evitáveis(1). A prevenção está entre as metas prioritárias de segurança do paciente, sendo uma responsabilidade compartilhada por toda a equipe multidisciplinar(2). As ações da equipe de enfermagem e os equipamentos utilizados para mobilização e posicionamento dos pacientes são destaques na prevenção das lesões por pressão, e consequentemente no impacto econômico(3). Entretanto, não há evidências claras sobre qual posição e cronograma de reposicionamento são os melhores. Uma revisão constatou que, no geral, a qualidade dos estudos é limitada(4). Diante da insuficiência de evidência sobre a intensidade da pressão nas proeminências ósseas e a sua relação com o decúbito, suscitou a questão de pesquisa: qual é a pressão nas proeminências ósseas conforme o decúbito (dorsal, lateral e ventral)? OBJETIVO: identificar a pressão nas proeminências ósseas nos decúbitos dorsal, lateral e ventral. MÉTODO: estudo clínico fase I, experimental fatorial, não randomizado. A unidade de análise foi o posicionamento em decúbito, cada participante foi avaliado na posição dorsal, lateral e ventral. A coleta de dados ocorreu de junho a dezembro de 2024, no Laboratório de Tecnologia e Inovação C- CORE/UFMG com cama hospitalar e colchão tecnologia C-CORE®, ambiente controlado a 23°C. A pressão foi medida pelo sensor SR Soft Vision®, incluindo os pontos de pressão ?79 mmHg como elevadas. Os dados foram analisados no SPSS 21.0, por meio de ANOVA unifatorial, considerando a pressão total nos diferentes decúbitos. As análises foram estratificadas por sexo e peso corporal (< 50 Kg; ? 50Kg e ?80Kg; > 80 Kg e ? 100 Kg; > 100 Kg e ? 180kg). Quando identificadas diferenças significativas, aplicou-se o teste de Tukey. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 6.853.674 e Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos: RBR-9vsvkn5. RESULTADOS: foram realizadas 448 avaliações em cada decúbito, perfazendo o total de 1.392 decúbitos. A pressão média foi 652,3 (IC 95%: 592,9-711,7) no decúbito dorsal, 1.522,2 (IC 95%: 1.423,0-1.621,4) no lateral e 313,2 (IC 95%: 275,2-351,3) no ventral, com menores níveis de pressão para a posição ventral (valores-p<0,001). Quando estratificado por sexo, a diferença entre os decúbitos se mantém significativa (valores-p<0,001). A magnitude das diferenças entre os decúbitos dorsal e lateral, e ventral e lateral são maiores entre os homens (efeito de 1.080,7 e 1.386,7, respectivamente) que entre as mulheres (efeito de 660,1 e 1.031,7, respectivamente). A diferença entre os decúbitos é também significativa (valores-p<0,001) na estratificação por peso, com menores níveis de pressão para o decúbito ventral e maiores para o decúbito lateral, para as quatro categorias de peso. Conclusão: os resultados confirmam diferença significativa nas pressões de interface entre os decúbitos dorsal, lateral e ventral. Houve menores níveis de pressão para o decúbito ventral e maiores para o lateral independentemente do sexo e peso corporal. O estudo traz contribuições para revisão de protocolos e oferece subsídios para futuras investigações clínicas sobre as pressões de interface, nos diversos decúbitos, de pacientes em risco para lesões por pressão internados em instituições hospitalares.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Borges, E. L., Miranda, A. L. P., Souza, P. O. S. D., Abreu, M. N. S., & Spira, J. A. O. (2025). ENSAIO CLÍNICO SOBRE A PRESSÃO NAS PROEMINÊNCIAS ÓSSEAS CONFORME DECÚBITO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2331