ESTOMATERAPIA: ANÁLISE E EVOLUÇÃO DOS CASOS TRATADOS EM UM HOSPITAL GERAL NO SUL DE SANTA CATARINA
Resumo
INTRODUÇÃO As feridas surgem a partir do comprometimento da integridade da barreira cutânea. Apresentam alta prevalência e custos, além de gerar grande morbidade, impactando diretamente no sistema de saúde e na vida do paciente. No mundo, milhões de pessoas são afetadas por feridas agudas ou crônicas de caráter cirúrgico, traumático, infeccioso, úlceras diabéticas, úlceras arteriovenosas, úlceras de pressão ou queimaduras. OBJETIVOS Descrever o perfil dos atendimentos feitos no serviço de estomaterapia de um hospital geral no Sul de Santa Catarina, a fim de avaliar a resolutividade do serviço, evolução e prevalência das principais feridas tratadas. MÉTODOS Estudo transversal, cuja amostra compreende os pacientes atendidos e tratados no ambulatório de estomaterapia, exclusivamente pela presença de feridas, no referido hospital entre junho de 2018 a dezembro de 2020. RESULTADOS Foram estudados 267 pacientes, principalmente, homens adultos, cuja média de idade foi de 55 anos, e apresentavam múltiplas comorbidades. Destaca-se a presença de hipertensão arterial sistêmica (45,3%) e diabetes melitus (36%), apenas 22,1% eram previamente hígidos. As feridas em geral eram únicas (83,1%), crônicas (51,3%,), de etiologia cirúrgica (28,8%) e oncológica (17,2%). O desfecho clínico se mostrou favorável ao paciente, em que 73,4% apresentaram algum grau de cura e cicatrização. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos foi possível concluir que o ambulatório de estomaterapia atuante em um hospital de alta complexidade no Sul de Santa Catarina apresentou variabilidade no processo de cura, cicatrização, redução de complicações e comorbidades associadas a presença de feridas. O desfecho clínico da ferida se mostrou favorável ao paciente, em que 73,4% apresentaram algum grau de cura e cicatrização, sendo que 28,4% obtiveram cura completa e cicatrização sem dificuldade e 24,3% obtiveram cura parcial e cicatrização sem muita dificuldade. Já 20,7% apresentaram cura parcial e dificil cicatrização, e 6,8% apresentaram cura dificil e ausência de cicatrização. Além disso, foi possível determinar o perfil sociodemográfico da população em evidência, sendo esta composta principalmente por homens adultos com média de idade de 55 anos, com sobrepeso e comorbidades. As feridas crônicas foram as principais demandas deste serviço (51,3%), as principais feridas tratadas são majoritariamente feridas únicas (83,1%), em membros inferiores (43,8%) de causa cirúrgica (28,8%) ou oncológica (17,2%). A maioria dos pacientes necessitou de hospitalização em algum momento, e a maior causa para reinternação foi a necessidade de novos procedimentos e infecções ativas.