ESTRATÉGIAS DE SAÚDE PARA MINIMIZAR O IMPACTO DA RESISTÊNCIA MICROBIANA NO TRATAMENTO DE FERIDAS
Resumo
INTRODUÇÃO: O aumento da prevalência de resistência aos antibióticos e a falta de desenvolvimento de novos medicamentos para o controle de infecções tem gradualmente reduzido as opções de tratamento para infecções bacterianas. No contexto do tratamento de feridas, em que a utilização de antimicrobianos tópicos e sistêmicos são iniciados de forma empírica, torna-se essencial identificar e minimizar os riscos para o desenvolvimento de resistência. OBJETIVO: Identificar na literatura orientações para minimizar o impacto da resistência microbiana no tratamento de feridas. METODO: Trata-se de uma revisão integrativa que teve como questão norteadora: Quais estratégias de saúde frente ao impacto da resistência microbiana no tratamento de feridas? Os critérios de inclusão foram materiais publicados nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis nas bases de dados MedLine/Pubmed, LILACS, BVS, Scielo e consensos. Os descritores foram pesquisados no DeCS/MeSH. Foram utilizados os seguintes descritores e operadores booleanos: “Feridas e lesões” AND “Resistência Microbiana a Medicamentos” AND “Gestão de Antimicrobianos”. RESULTADOS: Foram encontrados nas bases de dados 33 artigos, 1 consenso e 1 documento de posicionamento oficial. Após a remoção de duplicados, restaram 28 artigos, que foram lidos na íntegra para identificar quais respondiam à questão norteadora. 5 artigos, 1 consenso internacional e 1 documento de posicionamento foram identificados (2016-2022) com estratégias para minimizar o impacto da resistência microbiana. Os principais pontos levantados foram: 1- Manejar adequadamente os antimicrobianos sistêmicos e tópicos para reduzir uso desnecessário (6); 2 - Utilizar de forma racional a prata e identificar microrganismos resistentes (6); 3 – Otimizar o diagnóstico de feridas infectadas/feridas com risco de infecção (3); Considerar a utilização de antimicrobianos não medicamentosos (3). CONCLUSÃO: Foi evidenciado que a produção científica da temática é recente, porém, escassa. As orientações apresentadas discorrem sobre estratégias governamentais, institucionais e práticas da relevância de trabalhar o cuidado de feridas sob uma perspectiva científica e educacional. Ademais, mais pesquisas são necessárias para avaliar o impacto da resistência microbiana neste contexto e produzir orientações mais sólidas e específicas.