FOTOBIOMODULAÇÃO DE BAIXA INTENSIDADE NO TRATAMENTO DE PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA:
RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: Paciente com Úlcera Venosa (UV), também denominada úlcera varicosa ou de estase apresentam manejo clínico complexo, índice elevado de recidiva (até 79%), diminuição na qualidade de vida e elevado custo de tratamento. No ocidente a prevalência de ferida crônica na população é de 1% e as UV representam até 80% das lesões em Membros Inferiores (MMII). Nos brasileiros a prevalência estimada é de 3%, pode chegar a 10% em pacientes diabéticos e os gastos públicos com assistência para os doentes chegam a 1% dos recursos anuais. Nos EUA o valor gasto com pacientes com feridas crônicas é de um bilhão de dólares por ano e no Reino Unido quase £ 200 milhões. Objetivo: Avaliar a associação de terapia de fotobiomodulação de baixa intensidade (laserterapia) ao tratamento de paciente com diagnóstico de Insuficiência Venosa Crônica (IVC)/CEAP 6 (UV) realizado por equipe multiprofissional. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, do tipo de relato de caso aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa Rita (CEP/FASAR) conforme Parecer nº 3.740.095 de 02 de dezembro de 2019. Paciente F.M.G., sexo feminino, 88 anos, hipertensa e diagnóstico de IVC / CEAP 6 (UV) em região maleolar e lateral do tornozelo esquerdo. A Sr.ª F.M.G. havia recebido alta hospitalar recente após quadro de infecção na úlcera. Iniciou o tratamento em 18/11/2019 com atendimentos 03 x semana. UV extensa, com presença de odor, necrose úmida e exsudato em moderada quantidade e paciente com queixa de dor e prescrição de dipirona 500 mg para analgesia. O curativo prescrito foi à irradiação no leito da UV com terapia de fotobiomodulação de baixa intensidade com luz vermelha (660nm) a 04 joules com técnica pontual (total da área divida em 16 pontos de aplicação) associado ao uso de tela de petrolatum e gaze impregnada com polihexanida. Devido à mobilidade diminuída da paciente e consequente permanência a maior parte do tempo não foi prescrita terapia de contenção ou compressão visto que o repouso com elevação dos MMII recomendado se mostrou eficaz no controle da hipertensão venosa. Resultados: Embora a literatura científica descreva que o tempo médio de tratamento do paciente com úlcera venosa seja de 06 a 12 meses, neste estudo a cicatrização da ferida ocorreu em 40 dias (alta em 19/01/2020). A cada atendimento da paciente para as trocas do curativo foi possível perceber a evolução do processo de regeneração tecidual com diminuição da área da lesão, epitelização das bordas, diminuição do tecido necrótico sobre o leito e aumento do tecido de granulação e diminuição do exsudato eliminado. Os pesquisadores puderam verificar que a associação da terapia de fotobiomodulação de baixa intensidade no tratamento da UV se mostrou benéfica para o processo cicatricial. Conclusão: O tratamento do paciente com UV com a terapia de fotobiomodulação de baixa intensidade associado ao curativo e ao controle da hipertensão venosa se mostrou eficaz na diminuição do tempo de tratamento da úlcera. Os pesquisadores sugerem o desenvolvimento de novas pesquisas com o emprego da laserterapia na IVC / CEAP 6 (UV)..