MANEJO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
UMA REVISÃO DE ESCOPO
Resumo
Introdução: A eliminação intestinal é uma atividade rotineira e necessária na vida de todas as pessoas. Algumas situações, como o sedentarismo, envelhecimento, deglutição prejudicada, são as causas mais frequentes de constipação intestinal. Atualmente, o tratamento mais utilizado pelos médicos para o problema é o uso de laxantes, o que leva a efeitos colaterais como diarreia, desidratação, dor e distensão abdominal intestinal. Acredita-se que as evidencias científicas encontradas possam subsidiar a pratica profissional do enfermeiro no que se refere ao manejo da constipação intestinal. Objetivo: Mapear as evidências científicas sobre o manejo da constipação intestinal. Método: Trata-se de uma scoping review, com base nas recomendações do guia internacional para revisão de escopo PRISMA-ScR. A busca se deu entre os meses de agosto e setembro de 2022. Resultados: foram encontrados inicialmente 3.426 estudos. Desses, 50 foram excluídos por serem duplicados nas bases de dados. Em seguida, 3.200 estudos foram excluídos após a leitura dos títulos e resumos, restando 176 para leitura completa. Após essa etapa, 164 estudos foram excluídos (dos quais 138 tratavam de pacotes de cuidados, 5 envolviam crianças, 8 abordavam a síndrome do intestino irritável e 13 eram revisões), por não estarem relacionados ao objetivo deste trabalho.A presente revisão possibilitou a identificação de algumas medidas usadas no manejo e tratamento da constipação intestinal: não farmacológicas (mudanças no estilo de vida, ingesta hídrica, dieta, óleos vegetais, probióticos e prebióticos, exercício físico, treinamento gastrocólico, massagem abdominal, prensa abdominal, acupuntura, desimpactação manual); farmacológicas (enema/lubrificantes, medicamentos laxativos); e cirúrgicas. Conclusão: Nesta revisão, foi identificado que o manejo da constipação intestinal deve ser realizado de forma escalonada, começando pelas intervenções não farmacológicas. Entre essas medidas, a massagem abdominal foi a mais utilizada e mostrou eficácia. Caso estas não sejam suficientes, o próximo passo seria a utilização de medicamentos laxativos. A cirurgia é considerada apenas em casos extremos. Além disso, verificou-se que medidas conservadoras e mudanças de hábitos são benéficas tanto para a prevenção quanto para o tratamento da constipação intestinal. Dentro desse contexto, o papel do enfermeiro estomaterapeuta é de fundamental importância. Este profissional, especializado na avaliação e tratamento de condições que afetam o trato gastrointestinal, incluindo a constipação intestinal, possui conhecimento específico para implementar e monitorar as intervenções adequadas a cada caso. Além disso, o enfermeiro estomaterapeuta é uma peça-chave na equipe multidisciplinar de cuidados ao paciente, atuando como um elo crucial entre o paciente, os médicos e outros profissionais de saúde.