PROJETO INTERVENCIONISTA PARA MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Autores

  • MARILUSKA MACEDO LOBO DE DEUS OLIVEIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI - UESPI / UROCLINICA
  • SANDRA MARINA GONÇALVES BEZERRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI - UESPI
  • GERDANE CELENE NUNES CARVALHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI - UESPI
  • LAISE FORMIGA MOURA BARROSO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI- UESPI
  • CAMILLA HANNA DE SOUSA IMI - POLICLÍNICA
  • IARA CORDEIRO SILVA POLICLÍNICA
  • EDVAR SOARES DE OLIVEIRA UROCLÍNICA

Resumo

INTRODUÇÃO: A incontinência urinária (IU) pode ser definida como qualquer perda involuntária de urina, pela uretra, que determine desconforto social ou higiênico e seja demonstrável de modo objetivo (ABRAMS et al., 2013). De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária atinge 35% das mulheres com mais de 40 anos, após a menopausa e em 40% das gestantes. No mundo, o problema afeta aproximadamente 5% das pessoas (SBU, 2020). O distúrbio é mais frequente no sexo feminino e pode manifestar-se tanto na quarta ou quinta década de vida quanto em mulheres mais jovens. Existem vários tipos de incontinência urinária, porém as mais prevalentes são: de esforço, urgência e mista. Portanto, o estudo teve como motivação principal melhorar a vida das mulheres com incontinência urinária, conscientizando que se o distúrbio for detectado e tratado como deve, a qualidade de vida melhora muito além de inseri – lá na vida social, familiar e espiritual, trazendo grandes benefícios para uma boa qualidade de vida. Muitas vezes, essas mulheres não são ouvidas ou não têm a capacidade de readaptar-se no meio social, empoderando e ajudando-as. A iniciativa em construir um Plano Intervencionista foi com base na vivência diária na Clínica de Urologia, que tem uma demanda grande de mulheres com IU Sendo possível e imprescindível a importância do enfermeiro estomaterapeuta para o reestabelecimento da Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP) dessas mulheres, pois este tem um papel fundamental na assistência, podendo criar grupos operacionais, recreativos com orientação em saúde, terapia individual e de grupo.OBJETIVOS: Avaliar os fatores associados à Incontinência Urinária em mulheres; Compreender o perfil sociodemográfico, hábitos de vida, clínicas e gineco-obstétricas das mulheres com Incontinência Urinária; Elaborar e executar um plano de intervenção para mulheres com Incontinência Urinária; Sensibilizar mulheres quanto ao autocuidado. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa-ação, realizada em uma Clínica Urológica, referência na cidade de Picos – PI. Realizada com a população feminina que apresentava algum distúrbio do Assoalho Pélvico, entre 40-64 anos residentes em Picos-PI. Foi realizado uma entrevista semiestruturada, avaliação individual após as avaliações foi elaborado o plano intervencionista e grupos operativos, janeiro/23 e fevereiro/23, Após foi realizado a construção de material educativo para mulheres com incontinência urinária, a partir dos momentos vivenciados e discutidos no grupo operativo, a analise dos dados foi realizada pelo IRAMUTEQ, através de nuvem de palavras, que teve o parecer de Nº 5.690.639 autorizado pelo comitê de ética. RESULTADOS: Mulheres de 45 – 49 anos (32,5%). Casadas (82,5%) . Declaravam ser do lar (45%). (52,5%) se autodeclararam da cor branca ( 52,5%). Todas possuem filhos ( 72%) são multiparas, ( 37,5%) tinham o Ensino fundamental completo e 10 das mulheres em estudo, que corresponde a (25%) tinham o ensino médio completo. Em relação a renda mensal ( 47,5%) recebem 1 salario minimo. No que tange a moradia 26 (65%) residem na zona urbana do municipio em estudo. Com relação aos habitos de vida e comportamentais, (67,5%) não praticam exercicios fisicos, (87,5%) estão sobrepeso. Em referencia ao habito de fumar, (80%) declararam que não fumam, no tocante a bebida alcolica 34 (85%) relataram que não faz uso das mesmas. No Tocante aos fatores de riscos foram encontrados: (80%) constipadas, (87,5%) obesidade, (67,5%) sedentarias, ( 63,5%) diabeticas e (60%) apresentavam hipertensão arterial. Ao serem questionadas sobre qual a frequencia que perde urina, evidenciam-se as palavras: dia, vez, frequentemente, xixi. Que são intensificadas comos relatos a seguir: “Eu perco várias vezes ao dia, chega a escorrer pela perna”; (M – 16); - “Perco xixi direto, chega a me incomodar.”(M – 10); - “Faço xixi, direto, parece que está tudo afolozado” (M – 3) . E em relação a interferir na sua vida diária, constatou: sempre, frequentemente, vez e bastante. Em relação a quando elas perdem urina, confirmou que perdiam urina quando espirrava, tossia, pegava peso, caracterizando a Incontinência Urinaria de Esforço. Ao serem questionadas como estavam sentindo-se, após todo período que passamos juntas, segue alguns relatos que me convenceram que estou no lugar certo e o que verdadeiramente é essencial cuidar dessas pessoas, segue alguns relatos: “ Eu estou vislumbrada, melhorei 90%” (M – 15); “ Eu me encantei com a doutora, ela me curou” (M – 9); “ Ganhei uma amiga, confidente, e detalhe me fez viver novamente, me curei” (M – 11); “ Só com a mudança de hábitos, minha vida se transformou” ( M – 33). O impacto da incontinência urinária é alto, promove mudanças de hábitos e das atividades diárias, que consequentemente trás transtornos diariamente. Em relação ao plano operativo, esse foi construído, durante os encontros, a partir das demandas manifestadas durante o processo de convivência com as mulheres em estudo. Daí em diante, fomos criando um vínculo cada vez maior, onde podíamos conversar e trocar ideias sobre a Incontinência urinária, além de estabelecer confiança na profissional que atendia. Todas as mulheres foram orientadas sobre o autocuidado e a importância de se sentirem bem consigo mesma e com o mundo, Amar primeiro elas, depois os outros. CONLUSÃO: A partir dos grupos operativos desenvolvidos durante o período da pesquisa, os instrumentos utilizados e relatos das pacientes, é visto que o impacto da incontinência urinária é alto, promove mudanças de hábitos além de atividades diárias, que consequentemente trás transtornos biopsicoemocionais. A pesquisa mostrou a necessidade da IU , ser vista de forma diferente pela Atenção Básica em que é a porta de entrada, pois as pacientes relataram falta de informações e orientações. Elas necessitam de uma escuta qualificada. Faz-se necessário divulgar e falar sobre a IU e seus tipos, com o intuito de conscientizar que tem tratamento e nós estomaterapeutas podemos fazer diferença entre as mulheres, profissionais da saúde e sociedade, em meio de comunicação, mídia e educação em saúde, a fim de minimizar os impactos que a Incontinência Urinaria, traz a população, por falta de conhecimento. A partir do plano operativo, foi possível realizar o plano de intervenção com ações coletivas e individuais para promover o bem estar dessas mulheres com incontinência urinária. Como contribuição a pesquisa, contribuiu para o bem estar das mulheres ressocializando-as, mostrando a importância do autocuidado, além de trazer uma inquietação em desenvolver políticas públicas destinadas a saúde da Mulher com IU.

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Publicado

2023-10-21

Como Citar

MACEDO LOBO DE DEUS OLIVEIRA, M. ., MARINA GONÇALVES BEZERRA, S. ., CELENE NUNES CARVALHO, G. ., FORMIGA MOURA BARROSO, L. ., HANNA DE SOUSA, C. ., CORDEIRO SILVA, I. ., & SOARES DE OLIVEIRA, E. . (2023). PROJETO INTERVENCIONISTA PARA MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/768