PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM LESÃO ATENDIDOS NO PROGRAMA MELHOR EM CASA
Resumo
Introdução: O gerenciamento do cuidado do paciente com lesão por pressão no Programa Melhor em Casa do Ministério da Saúde visa implantar um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da continuidade do cuidado e integrada à Rede de Atenção à Saúde1. Visto que as medidas de saúde devem ser embasadas em protocolos e guias de instruções padronizados2 e na prática baseada em evidências3. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes com lesão de pele atendidos no Programa Melhor em Casa do Município de Curitiba (Paraná). Método: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e longitudinal realizado no Programa Melhor em Casa do Munícipio de Curitiba, realizado nas 11 equipes de atendimento a saúde, durante o período de julho a agosto de 2022, foram incluídos os pacientes acima de 60 anos, provindos de internação hospitalar, com solicitação médica e de enfermagem para tratamento da lesão de pele, independente dos fatores casuísticos. Os dados obtidos foram analisados por frequência relativa e absoluta. Salienta-se que este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente, sob o parecer n. 5.960.315. Resultado: Foram analisadas 66 solicitações de atendimento do Programa Melhor em Casa, sendo 74% (n=49) sexo masculino, 58% (n=38) na faixa etária de 60 a 70 anos, 45% (n=30) viúvo(a), 79% (n=52) com ensino fundamental incompleto, 64% (n=42) aposentado(a), 59% (n=39) com renda familiar de um a dois salários mínimos e 70% (n=46) com hipertensão arterial e diabetes mellitus. Em relação as lesões a seguinte característica 48% (n=32) apresentam de duas a quatro lesões por paciente. Foram contabilizadas 96 lesões por pressão sendo 25% (n=24) estágio III, 30% (n=29) localizadas em região sacra, 46% (n= 44) com necessidade de curativo tamanho médio (> 50 cm²), 65% (n=62) com odor fétido e 51% (n=49) com presença de exsudato. Da terapia utilizada para tratamento foram 55% (n=53) uso de coberturas com carvão ativado e 23% (n=22) com placas e/ ou fita de alginato de cálcio e 51% (n=49) em terapia medicamentosa analgésica e 16% (n=15) em uso de antibiótico injetável. Conclusão: A lesão por pressão produz impactos na qualidade de vida dos pacientes, gerando sofrimento psicológico, físico e custo financeiro, relacionado a evolução da lesão, medo de progressão do ferimento e privação do contexto social. Tendo extrema importância o vínculo da equipe do Programa Melhor em Casa, para instrumentalizar a família no manejo dos curativos e coberturas e na promoção de uma cicatrização com suporte nutricional, farmacológico, nutricional e de hábitos de vida.