FLUXOGRAMA PARA IDENTIFICAÇÃO DE SITUAÇÕES DE RISCO AOS PÉS DAS PESSOAS COM DIABETES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Resumo
Introdução: A diabete mellitus é uma das principais doenças crônicas não transmissíveis, e tem potencial de dano macro e microvascular, sendo a principal causa de morbidade e mortalidade na doença1. Ao que tange o dano à microvasculatura, ocorre diminuição da sensibilidade periférica, a neuropatia, que pode desencadear lesões, infecções e até amputações, especialmente em membros inferiores2. Quando essas complicações ocorrem no pé de pessoas com diabetes e possuem um mau prognóstico sem a realização do tratamento rápido e adequado, nomeia-se “ataque do pé diabético”3. Isso aumenta excessivamente os custos e demandas da saúde pública e acarreta num declínio na qualidade de vida. Para que isso não aconteça, o papel da atenção primária à saúde é essencial na prevenção e avaliação de risco aos pés de pessoas com diabetes. Logo, a participação e iniciativa de profissionais de saúde é especialmente importante, tanto na criação de materiais que moldam o cuidado, como fluxogramas, como em sua implementação assertiva e efetiva, centrada no paciente4. Isso colabora para um cuidado especializado, direcionado, atento a todos os agravos da diabetes mellitus e fortalece os princípios da atenção primária de saúde na comunidade. Objetivo: Descrever a elaboração de um fluxograma para identificação de situações de risco aos pés das pessoas com diabetes mellitus por enfermeiros na atenção primária de saúde. Desenvolvimento: Conforme ocorre de maneira sistemática, o protocolo de cuidado à pessoa com ferida do município de Florianópolis é atualizado sempre que novas evidências surgem. Durante a revisão do protocolo foi percebido que o capítulo sobre alterações nos pés relacionadas à diabetes mellitus não contemplava a identificação de situações urgentes que precisam de atenção imediata na atenção primária de saúde. Diante disso, revisando a literatura, foi possível identificar que essas situações se referem a infecção, isquemia arterial e neuro osteoartropatia de Charcot, condições que fazem parte do fenômeno “ataque do pé diabético”. Para facilitar a prática diária dos enfermeiros, optou-se pelo fluxograma, por ser de consulta rápida. Os quadros iniciais destacam situações que ameaçam a vida e o membro. Ao prosseguir, a complexidade das situações encontradas diminuem e as condutas necessárias são apresentadas. Foram colocados links para itens dentro do próprio protocolo que exigiam maior detalhamento e não caberiam no fluxograma. Enfermeiros da Comissão de Sistematização da Assistência de Enfermagem avaliaram o fluxograma de maneira informal, sugerindo melhorias e correções. Considerações finais: A construção de um fluxograma para prever e pautar risco em pés de pessoas com diabetes mellitus, configura-se de extrema relevância, considerando o impacto e prevalência da diabetes na comunidade, assim como a alta possibilidade de agravos nessas situações. Portanto, esse fluxograma surgiu como um material prático para os enfermeiros da atenção primária, auxiliando na identificação precoce de riscos e agravos. Contribuições para a estomaterapia: O estomaterapeuta é capaz de desenvolver um plano de cuidados abrangente para lidar com a identificação precoce de complicações da diabetes mellitus nos pés na atenção primária. Neste contexto, a padronização de condutas, a facilitação da prática clínica e a integração de conhecimento especializado aprimoram o cuidado do enfermeiro.