TÉCNICAS DE CURATIVO: ATUALIDADES E CONTROVÉRSIAS

Autores

  • Maurício Gomes Da Silva Neto SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE JATAÍ E GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE FERIDAS
  • Ângela Lima Pereira UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
  • Marlene Andrade Martins UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ
  • Julliany Lopes Dias UNIVERSIDADE FEDERAL DE TOCANTINS
  • Línea Regina Almeida Bueno ALFASIGMA MEDICAL LTDA
  • Cidélia Carvalho Assis SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE JATAÍ
  • Cássia Cândida Miranda SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE JATAÍ
  • João Lucas Dos Santos Reis UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO - CAMPUS CÁCERES
  • Sara Alves Da Silva SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE JATAÍ

Resumo

Introdução: As feridas crônicas de difícil cicatrização representam um desafio tanto na esfera da saúde, quanto social e econômica; o envelhecimento populacional, aumento do número de pessoas com doenças crônicas e a persistência de infecções em feridas continuam a impactar os sistemas de saúde, profissionais, especialmente enfermagem e as pessoas afetadas.1 As técnicas de curativos variam amplamente, havendo divergências e controvérsias, dificultando a escolha da técnica a ser utilizada.2-5 Objetivo: apresentar reflexão teórica acerca das técnicas de curativo, recomendações e evidências. Método: Estudo teórico reflexivo realizado a partir de documentos que discutem a temática, tais como artigos científicos, guidelines e consensos.2-5 Realizada leitura analítica dos documentos identificados, seguido de leitura comparativa. Resultados: Na literatura científica encontramos descritos as seguintes técnicas para curativo: técnica limpa, estéril e asséptica non-touch/sem tocar; a técnica limpa envolve o uso de luvas limpas e materiais/instrumentos não estéreis, porém existe a discussão acerca do uso da luva limpa tocando diretamente a lesão no cuidado a ferida, pois alguns autores defendem o uso de materiais estéreis no contato direto a lesão para reduzir o risco de infecção. A técnica estéril envolve o uso de luva estéril, materiais/instrumentos e produtos estéreis, e rigor na execução da técnica minimizando riscos de infecção. A técnica asséptica sem tocar, introduzida recentemente, pode ser realizada com luvas limpas e/ou estéreis, porém a mão do profissional não deve tocar diretamente a ferida. A técnica asséptica sem tocar é recomendada por instituições internacionais que regulam e orientam serviços de saúde, como o National Institute for Health and Care Excellence (Reino Unido) e o Australian National Safety and Quality Health Service Standards (Austrália). O Wound, Ostomy and Continence Nurses Society recomenda avaliação criteriosa do paciente, ambiente e lesão para escolha da técnica de curativo, da mesma forma que orienta a técnica estéril na realização de desbridamento instrumental conservador. O International Wound Infection Institute recomenda como critérios para escolha da técnica limpa: pessoas sem imunocomprometimento, cuidado com objetivo de manutenção ou paliativo, procedimentos simples, feridas menores e procedimentos com tempo de duração menor que 20 minutos; para a técnica estéril, recomenda: pessoas imunocomprometidas, procedimentos complexos, feridas extensas, procedimentos com tempo de duração superior a 20 minutos e lesões cavitarias. Conclusão: Não há consenso quanto a uma técnica de curativo a ser seguida, e ainda são escassos os estudos sobre as técnicas de curativo e o risco de infecção. Recomenda-se a avaliação criteriosa quanto ao risco de infecção na escolha da técnica a ser utilizada. Assim, cabe ao profissional responsável, realizar avaliação minuciosa do ambiente, habilidades requeridas para o procedimento, insumos disponíveis, políticas e procedimentos da instituição, fatores de risco relacionados a pessoa (comorbidades, imunidade), fatores relacionados a ferida (tecidos acometidos, localização) e fatores relacionados ao procedimento (desbridamento, complexidade). Contribuições para a Estomaterapia: Visando oferecer cuidado seguro e que favoreça o processo de restauração tecidual em menor tempo, bem como melhores resultados funcionais e estéticos, estomaterapeutas devem analisar criticamente cada situação clínica, e decidir pela técnica de curativo que tenha maior potencial de resultados satisfatórios.

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Neto, M. G. D. S., Pereira, Ângela L., Martins, M. A., Dias, J. L., Bueno, L. R. A., Assis, C. C., Miranda, C. C., Reis, J. L. D. S., & Silva, S. A. D. (2024). TÉCNICAS DE CURATIVO: ATUALIDADES E CONTROVÉRSIAS. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/1068