TRATAMENTOS REALIZADOS POR ENFERMEIROS EM COMPLICAÇÕES ESTOMAIS E PERIESTOMAIS: REVISÃO DE ESCOPO
Resumo
Introdução: a estomia é uma criação cirúrgica para abertura a partir de um órgão na superfície da pele. A mais comum, a intestinal, possui como objetivos a alimentação ou a eliminação de excreções fecais. As causas mais frequentes que levam à confecção de uma estomia intestinal são os traumas, câncer colorretal e as doenças inflamatórias intestinais1. Após a cirurgia, complicações relacionadas ao estoma e à pele periestomal podem surgir e, com isso, interferir na qualidade de vida do indivíduo e no processo de adaptação à sua nova condição2. Nesse sentido, a atuação da enfermagem na assistência individualizada com orientações ao autocuidado é de extrema importância para a prevenção e tratamento das complicações2,3. Objetivo: mapear os tratamentos realizados pelo enfermeiro em complicações estomais e periestomais. método: trata-se de uma revisão de escopo realizada no período de agosto a setembro de 2020 nas fontes de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online; Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature (CINAHL); Scopus; Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; Base de dados em Enfermagem, Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud; Web of Science e Scientific Electronic Library Online. E na literatura Cinzenta: Biblioteca Digital Brasileira de teses e dissertações; Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal; Theses Canada; DART-Europe E-Theses Portal e National ETD Portal. Utilizou-se a estratégia de busca (Ostomy OR Colostomy OR Ileostomy OR stoma) AND (Self care OR Self-management) AND (Adaptation OR Adjustment). Foram incluídos estudos que abordavam os cuidados realizados pelo enfermeiro no tratamento de complicações e excluídos os tratamentos realizados por outros profissionais. Os estudos foram selecionados pelo título e resumo e, após, lidos na íntegra. Extraiu-se dados de caracterização e do objetivo da pesquisa, os quais foram analisados e apresentados de forma descritiva. Resultados: selecionou-se 34 estudos nas fontes de dados, dos quais 67,6% foram encontrados na base de dados CINAHL, o tipo de estudo mais prevalente foi a revisão narrativa (67,6%) e a maior parte das publicações são originadas do Reino Unido (55,8%). Os tratamentos encontrados referem-se ao uso de pó para estomias nas dermatites de contato irritantes; uso de coletor convexo nos casos de retração; cinto de suporte, bolsa de uma peça e produtos barreira para hérnias periestomal; remoção cuidadosa e uso de removedor adesivo em caso de lesões mecânicas na pele periestomal; uso de pó para estomias e pasta protetora na separação mucocutânea; gerenciamento de granulomas com pó para estomias, anel moldável e nitrato de prata; e, manejo da necrose com avaliação da extensão da área acometida e nos casos de aumento da área necrótica, comunicado ao médico para revisão cirúrgica. Conclusão: conclui- se que existem diferentes tratamentos, realizados por enfermeiros, com uso de adjuvantes para cada tipo de complicação estomal e periestomal, sendo necessário habilidades e conhecimentos específicos do enfermeiro para realizar a seleção dos produtos adequados para cada condição e pessoa. A partir disso, destaca-se a necessidade de qualificação e educação continuada aos profissionais para o manejo adequado das complicações.