LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES COM COVID-19 EM PRONAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO

Resumo

INTRODUÇÃO: Várias pesquisas relatam entre 10% e 15% dos indivíduos com Covid-19 necessitaram de internação em unidade de terapia intensiva por causa Síndrome do desconforto respiratório aguda.1,2 Além do tratamento medicamentoso e ventilatório é necessário colocar o paciente em decúbito ventral, com o objetivo de distribuir mais uniforme o estresse e a tensão pulmonar, melhorando a relação ventilação/perfusão. Esses indivíduos podem apresentar como complicação a lesão por pressão3.OBJETIVO: Identificar a incidência da lesão por pressão nos pacientes com Covid-19 em posição de prona MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo exploratório, de caráter epidemiológico, realizado com pacientes internados numa unidade de terapia intensiva adulto de um hospital universitário do sul do estado de Minas Gerais. Antes de colocar os pacientes em decúbito ventral foi realizado o exame físico para identificar presença de lesão por pressão e fatores de risco para o paciente desenvolver lesão por pressão, também foram colocados os dispositivos de proteção nas regiões do tórax, pelve, face, punho e anterior das pernas. Após o posicionamento do paciente em prona foram realizados os cuidados com dispositivos médicos. A avaliação clínica dos pacientes foram realizadas todos os dias, no período de 15 de agosto a 15 de setembro de 2021. Os critérios de inclusão foram: pacientes do sexo masculino e feminino, ser maior de 18 anos; ter sido submetido a decúbito de prona e não apresentar lesão por pressão no momento que foi submetido em pronagem. Foram excluídos pacientes internados com diagnóstico de Covid-19 que não foram pronados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa, sob parecer 4.845.908 e CAAE número 4 7568721.9.0000.5102.

RESULTADOS: A incidência da lesão por pressão foi de 20,83%. A média de idade foi de 61,40 anos, e a média que o paciente permaneceu em decúbito de prona foi de 13 horas. As regiões anatômicas em que os pacientes apresentaram lesão por pressão foram joelhos (3; 25%), mama e tórax (2; 16,66%), além de face, cotovelo, calcâneo, orelha e região frontal (1; 8,33%). Quando observados os valores atribuídos na avaliação de risco para o desenvolvimento de lesão por pressão por meio da escala de Braden nos participantes em decúbito de prona que apresentaram lesão por pressão, dois (40%) dos pacientes apresentaram risco moderado para desenvolver lesão por pressão e três (60%) alto risco para adquirir lesão por pressão. CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes apresentou alto risco para desenvolvimento de lesão por pressão, segundo os resultados da escala de Braden. Financiamento: “Programa de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Sapucaí”