SEXUALIDADE DA PESSOA COM ESTOMIA INTESTINAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Resumo

Introdução: várias são as formas terapêuticas para o câncer colorretal, sendo uma delas o procedimento cirúrgico, no qual é realizada a remoção da porção afetada/doente do cólon, e a exteriorização de uma ou mais porção da alça intestinal, uma estomia (1).
Mesmo diante dos avanços tecnológicos e melhora na qualidade da assistência nessa área, ainda assim, a pessoa com estomia apresenta diversos sentimentos, e muitos pacientes acabam vivenciando o luto, sendo comum nesse processo a negação, barganha e depressão (2)
Dessa forma, a atividade sexual desses indivíduos fica limitada, há a perda da libido, do desejo, há impotência sexual, relacionada a alteração da anatomia e modificação do considerado natural (3).
Objetivo e métodos: o objetivo deste estudo é identificar na produção científica, o que trazem sobre os aspectos sexuais da pessoa com estomia. Este artigo, trata-se de uma revisão integrativa da literatura que teve como questão norteadora: “O que vem sendo produzido pelos pesquisadores nos últimos cinco anos sobre a sexualidade da pessoa com estomia?”.
Foi realizada busca na base de dados PubMed e BVS, com os descritores “ostomy”, “sexuality” e “nursing” respeitando critérios pré estabelecidos, sendo eles, estudos realizados com seres humanos, publicados na íntegra entre os anos de 2016 a 2020 nos idiomas inglês, português e espanhol, e que abordaram a temática em destaque.
Após leitura critica, obteve-se um total de 14 artigos para análise e leitura completa. Resultados: para melhor contextualização dos artigos selecionados foram elencadas 4 categorias, sendo elas: complicações sexuais causadas pela estomia; autopercepção sexual; percepção do cônjuge frente a estomia e visão do enfermeiro.
Com isso, observa-se nos sobreviventes do câncer colorretal a diminuição nas relações sexuais, dificuldades em atingir orgasmo, disfunção erétil, alteração da libido, diminuição da frequência e do desejo sexual, além da ansiedade relacionada ao sexo, o que acaba levando a dificuldade em desempenhar o ato sexual, e sentir prazer em realizá-lo.
Analisando a visão dos profissionais de enfermagem, é possível identificar lacunas na formação em relação a alguns tabus da sociedade; para isso, é necessário a reestruturação de cursos, para que assim, contemple todo biopsicossocial do paciente, levando a melhores resultados, é necessário também atualizações constantes para propor cuidado baseado em evidencias científicas.
Conclusão: podemos observar que as pessoas com estomia intestinal sofrem alterações psicossociais levando a alterações das atividades sexuais como já mencionadas, gerando um desgaste da relação conjugal, para isso o enfermeiro deve realizar uma análise eficaz sobre os possíveis prejuízos desse paciente, analisando diversos fatores, e assim promover saúde e prestar assistência de qualidade.
Em suma, os artigos mostraram que existe uma grande dificuldade no reajuste sexual das pessoas com estomia, necessitando que o
profissional de saúde em especial os enfermeiros, prestem uma assistência de forma holística, sistematizada e individualizada permeando toda esfera de vida do paciente, desmistificando os tabus e mitos da sociedade relacionada a sexualidade e com isso,
proporcionando assim uma assistência de qualidade.