VIVÊNCIAS DE MÃES ACERCA DOS CUIDADOS COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO EM PEDIATRIA
Resumo
Introdução: As estomias de eliminação são procedimentos cirúrgicos que resultam na exteriorização de uma víscera oca para o meio externo e recebe a nomenclatura do segmento corporal que é exteriorizado. A necessidade da confecção de uma estomia pediátrica está relacionada aos tratamentos de alterações congênitas e dentre as estomias intestinas, as principais causas são a doença de Hirschsprung, o ânus imperfurado e a enterocolite necrosante, o que caracteriza uma situação nova e complexa para as mães. Objetivo: Conhecer as vivências acerca dos cuidados com estomias de eliminação em pediatria. Método: Estudo qualitativo descritivo-exploratório. A pesquisa ocorreu no período de novembro a dezembro de 2023 e os dados foram coletados por meio de formulário via Google Forms®, com mães participantes de grupos de WhatsApp sobre estomias de eliminação em pediatria. Os critérios de inclusão foram mães com idade igual ou superior a 18 anos e que atuassem como a principal cuidadora da criança com estomia. Entre os critérios de exclusão foram: mães com dificuldade de leitura, escrita e que não sabiam responder ao formulário online. A análise foi feita por meio da análise de conteúdo segundo referencial de Bardin e dividida em quatro categorias temáticas de acordo a similaridade semântica. Resultados: O estudo foi composto por 41 mães, residentes em 14 estados brasileiros. Quanto às crianças com estomias de eliminação, a maioria (65%) são do sexo masculino, na faixa etária que variou de 0 a 7 anos de idade, sendo a principal causa de estomia à Doença de Hirschsprung (51%). As quatro categorias temáticas foram: Perspectiva inicial das mães ao saber da doença de base; Dificuldades encontradas no cuidado à criança com estomia; Assistência no pré e pós-operatório às crianças com estomia; Suporte da rede de apoio às mães de crianças com estomia. A experiência das mães é desafiadora, envolvendo uma gama de sentimentos como medo e tristeza nos primeiros momentos até a posterior adaptação a uma nova realidade. Considerações finais: Houve predomínio de mães jovens que vivenciaram a estomia pela primeira vez na maternidade com relatos de falta de orientações quanto aos cuidados e despreparo ao chegar em casa para cuidar do filho com estomia. Destacou-se ainda, a falta de suporte da rede de apoio e a importância do aprendizado durante a internação hospitalar, bem como o encaminhamento para um polo de assistência às crianças com estomias.