LESÕES DE PELE EM CRIANÇAS COM ESCOLIOSE DE INÍCIO PRECOCE EM USO DE COLETE DE MEHTA

Autores

  • Juliana Balbinot Reis Girondi UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Cheila Mara Freu HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO
  • Daniela Soldera HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO
  • Lucas Borges De Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Rafaella Hubler Da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Maristela Jeci Dos Santos HOSPITAL CENTRO DE PESQUISAS ONCOLÓGICAS - CEPON

Resumo

Introdução: A escoliose de início precoce é definida como uma curvatura do ângulo de Cobb >10º da coluna vertebral sem etiologia identificável como malformação congênita ou distúrbio neuromuscular. No entanto, quando a curvatura excede os 30º as consequências negativas começam a se manifestar, geralmente acontece antes dos 10 anos de idade, podendo causar morbidade significativa se não for tratada¹. Dentre as opções de tratamento inclui-se o uso em série de colete de gesso do tipo Mehta, pois tenta interromper a progressão de uma curva com o propósito de retardar e ou evitar uma cirurgia, sendo indicado para curvas com risco de progressão que possam atingir uma severidade significativa, com a instalação precoce¹. No entanto, uma das complicações possíveis são as lesões de pele ocasionadas pelo dispositivo médico². Objetivo: Relatar a experiência de desenvolvimento de lesões de pele em crianças com escoliose de início precoce relacionadas ao uso do colete tipo Mehta. Método: Relato de experiência com dados preliminares de um estudo quase experimental em seguimento realizado em uma instituição pediátrica em atendimentos de ortopedia referência na região sul do Brasil. A coleta de dados foi iniciada em fevereiro de 2023, sendo até o momento incluídas nove crianças com indicação médica de uso do colete. Os dados de cada paciente foram coletados em três momentos: pré-instalação do colete; no retorno de 15 dias após a instalação; na troca do colete. As características obtidas relacionadas ao paciente foram a idade, sexo, ângulo de Cobb, pontuação na escala de Braden e Braden Q. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética sob parecer 5.793.058. Resultados: A amostra foi composta de três casos do sexo feminino e seis do sexo masculino, com média de idade de cinco anos, escore de 19 pontos na escala de Braden e Braden Q. A média do ângulo de Cobb foi de 71°, o período de troca do primeiro colete foi de 88 dias, oscilando de acordo com a idade da criança. O desenvolvimento de lesões ocorreu em alguns casos mais rapidamente nos pontos de apoio do colete, e em curvas graves, com maior incidência na região ilíaca, além de outros locais potencializados pelo estado nutricional. Considerações Finais: Reconhecendo a potencialidade das complicações dermatológicas ocasionadas pelo colete, o uso de tecnologias no cuidado com a pele para a prevenção de lesões pode ser uma estratégia para compor os protocolos de cuidados a fim de promover o melhor conforto durante o tratamento evitando a troca prematura do dispositivo. Contribuições para a Estomaterapia: por se tratar de um estudo inédito de cuidados com a pele de crianças em uso do colete tipo Mehta, pode trazer contribuições significativas quanto ao uso de tecnologias apropriadas para prevenção de lesões de pele ocasionadas pelo dispositivo de uso prolongado, além do desenvolvimento de novas tecnologias específicas.

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Girondi, J. B. R., Freu, C. M., Soldera, D., Oliveira, L. B. D., Silva, R. H. D., & Santos, M. J. D. (2024). LESÕES DE PELE EM CRIANÇAS COM ESCOLIOSE DE INÍCIO PRECOCE EM USO DE COLETE DE MEHTA. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/1037