A INFLUÊNCIA DAS TRANSIÇÕES NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO NO USUÁRIO COM LESÃO COMPLEXA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: O Ambulatório “Prof.ª Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima” -UNOESTE, situado em um município no interior do Estado de São Paulo é responsável pelo atendimento ambulatorial multiprofissional de diversas especialidades. Incorporado ao departamento de Dermatologia, o ambulatório de lesões complexas vasculares, direciona seu atendimento à pacientes que convivem com feridas vasculares de membros inferiores e lesões de pé diabético. Após a avaliação do professor (Enfermeiro) com seus estudantes, se inicia o tratamento e condutas individualizadas com prescrição de coberturas primárias e secundárias. Objetivo: Descrever as reflexões emergidas de estudantes de enfermagem durante a experiência vivenciada em um ambulatório de lesões vasculares complexas.
Método: Trata-se de um relato de experiência que ocorreu no período de novembro de 2021 a março de 2022. A experiência e reflexões emergidas foram analisadas à luz da teoria das transições de Affaf Meleis. Resultado: Foi possível definir duas categorias para discussão: A transição experienciada pelo usuário como um caminho para o cuidado de enfermagem e o papel do cuidador no processo de cicatrização. A vivência do processo de saúde-doença pelas pessoas é reflexo de seus valores, crenças, experiências individuais e significados, tanto coletivos quanto individuais, o enfermeiro deve reconhecer estes aspectos como simplificador ou agravantes no decurso da transição do paciente. O cuidador também tem um papel central quando é analisado pela teoria das transições, pois este, também é um indivíduo com toda sua complexidade e passará pelos processos de transição para assumir seu papel com maestria como cuidador do portador de lesões complexas, desta forma o cuidado de enfermagem deve ser direcionado a este cuidador no sentido de compreender seus sentimentos em relação ao novo papel. O cuidado do enfermeiro baseia-se na elaboração de um plano de cuidados, utilizando as intervenções pautadas no julgamento clínico e visa os melhores resultados com os usuários que convivem com uma ferida crônica, indo além da abordagem terapêutica. Durante os atendimentos é possível identifica a redução da capacidade no desenvolver de algumas atividades de vida diárias (AVD), o usuário demonstra sentimentos de fragilidade, tristeza e culpa pelas escolhas de vida no passado.
Conclusão: As transições desencadeiam mudanças geradas aos sujeitos, o grau de sofrimento psíquico dos portadores destas lesões, sendo elas por limitações físicas dolorosas que dificultam a deambulação e a realizações das atividades de vida diária (AVD), impactando negativamente à qualidade de vida, também, torna mais fácil o processo quando há compreensão do cuidador de tal transição. Cabe ao enfermeiro atenção, conhecimento e experiência no cuidado com esse usuário e reconhecer quando há fragilidades no núcleo familiar em relação ao apoio para o cuidado. Foi possível notar melhor evolução da cicatrização daqueles que eram assistidos por um cuidador informal, geralmente um familiar próximo. Em contraponto ao que não tinham cuidador responsável, notou-se baixa adesão ao tratamento, dificuldade em acesso ao ambulatório e retardo no processo de cicatrização.