USO DE DACC E TERAPIA MULTICAMADAS EM ÚLCERA VENOSA DE PERNA: RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: A úlcera venosa de perna, na maioria dos casos, é uma situação crônica em que os pacientes sofrem por longos anos com lesões exudativas, com infecções recorrentes, hospitalizações, desbridamentos e elevados custos. O agravo da lesão está associado ao desconhecimento, tratamento inadequado e tecnologias educativas que deem autonomia ao paciente pode reduzir complicações de úlceras venosas1-3 Objetivo: Relatar caso de tratamento de úlcera venosa de perna com uso de DACC e terapia multicamadas com orientações para autonomia do paciente. Metodologia: Estudo de caso de paciente com úlcera venosa de perna. O protocolo do estudo de caso incluiu: Avaliação usando a ferramenta Time, mensuração do pH da lesão, verificação da temperatura corporal na região frontal, perilesão e no leito da ferida, limpeza da perna com sabonete degermante e da ferida com DACC Swab e Soro Fisiológico em jato abundante. A cobertura primária foi o DACC associado a terapia multicamadas com trocas a cada 5 dias. O secundário composto de gaze seca fixada com atadura, trocado a cada 24 horas. O paciente foi orientado a realizar a trica do secundário em seu domicílio. Resultado: Paciente, sexo masculino, 46 anos, com úlcera venosa há 13 anos, tendo com causa acidente automobilístico com ferimento grave que evoluiu para úlcera venosa. Ao longo dos anos, realizou desbridamentos, enxerto de pele sem sucesso, cursando com infecções e internações hospitalares e chegou a ser indicado amputação. A lesão, localizada no dorso do pé esquerdo até região medial da perna, apresentando necrose de liquefação, infecção e inflamação, exsudação abundante e bordas irregulares, 18X17 cm e área total de 306 cm2, iniciado tratamento por enfermeiro estomaterapeuta o qual realizava seguindo o protocolo de limpeza a cada troca. O pH inicial foi 8, Temperatura 36ºC corporal e no leito 350C. Foram realizadas desbridamento utilizando fricção com DACC swab e mantido DACC no leito associado a terapia multicamadas. Ressalta-se a hidratação da perna e perilesão com troca de luva antes da aplicação do DACC. O tratamento durou 20 semanas com redução para área de 132cm2. pH oscilou entre 8 e 7, temperatura do leito menor que a corporal. A autonomia do paciente na troca do secundário contribuiu para redução de maceração e recidiva de infecção. Conclusão: Houve redução progressiva da lesão com uso da tecnologia do DACC, terapia multicamadas e consequente melhoria da autoestima do paciente e da qualidade de vida. O tratamento com estomaterapeuta associado a tecnologia com antisséptico e terapia multicamadas proporcionou alinhamento e redução da úlcera venosa com possibilidade de enxerto de pele em condições adequadas. Sugere-se pesquisas com mais pacientes com avaliação até desfecho e estudo clínico comparando outras tecnologias.