RELATO DE EXPERIÊNCIA: APLICAÇÃO DO DIÁRIO MICCIONAL NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AMBULATORIAL A PACIENTES COM DISFUNÇÕES DO SOALHO DA PELVE.
Resumo
INTRODUÇÃO: O Diário Miccional (DM) consiste em uma ferramenta importante de avaliação terapêutica para Incontinência Urinária (IU). Pode registrar os horários e volumes das micções, episódios de IU e número de absorventes higiênicos utilizados, além de outras informações como ingestão hídrica e severidade da urgência miccional e da IU1. O Diário Eletrônico é de maior confiabilidade que a versão impressa, mas sua aplicabilidade requer mais pesquisas2. Apesar de não categorizar a IU revela sintomas de armazenamento, tais como frequência miccional, micções em “etapas” e noturnas, noctúria e pode, assim, auxiliar no diagnóstico urológico, além de monitorar a eficácia do tratamento1. OBJETIVO: Descrever a aplicação do diário miccional na assistência de enfermagem ambulatorial a pacientes com disfunções do Soalho da Pelve (SP), com a finalidade de avaliar a eficácia das intervenções terapêuticas. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência profissional, sobre a aplicação do DM em pacientes submetidos à Reabilitação Perineal em um Hospital Privado localizado na zona norte de São Paulo. RESULTADO: O DM é um instrumento importante no sentido de retratar os sintomas relatados pelo paciente, constituindo forma não invasiva de avaliação e de fácil aplicabilidade. Com relação à duração, pode ser de dois dias, consecutivos ou não3. Na nossa prática “solicitamos três dias, mas aceitamos dois dias de preenchimento do impresso” a depender da disponibilidade do paciente, mas não abrimos mão de que sejam consecutivos, uma vez que comumente o paciente relata o efeito de monitoramento: “urinar com maior ou menor frequência” no primeiro dia de preenchimento, o que pode impactar na ocorrência da IU. Acreditamos que incluir a variável magnitude da IU “fideliza” o paciente na reabilitação, uma vez que possibilita seu monitoramento em relação à regressão dos escapes urinários, atuando como fator motivacional, uma vez que o mesmo colabora com o preenchimento do impresso e o empodera no seu tratamento. CONCLUSÃO: Apesar de o Estudo Urodinâmico avaliar objetivamente as queixas dos pacientes, pode não retratar a realidade e não reproduzir a IU: a bexiga é uma testemunha infiel4. Outrossim, há demanda reprimida de realização desse exame na rede de saúde pública, o que retarda o diagnóstico urológico. A interpretação do DM compete ao enfermeiro e possibilita e implementação rápida de medidas comportamentais. Na nossa prática utilizamos o DM como principal instrumento de avaliação, pois o mesmo é capaz de evidenciar queixas, que por vezes passam despercebidas no momento da consulta médica. Além disso, pode elucidar o quadro clínico e em interface com a equipe médica alterar o desfecho terapêutico, evitando ou postergando intervenções cirúrgicas.