REPERCUSSÕES DA ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO NA VIDA DO INDIVÍDUO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Resumo
INTRODUÇÃO: Em 2018 no Brasil, a estimativa de indivíduos com estomias (considerando as de eliminação) foi acima de 207 mil pessoas. Estomia ou ostomia são termos que se referem a um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização de parte do sistema respiratório, digestório e urinário criando um orifício entre os órgãos internos e o meio externo, podendo ser temporárias ou definitivas. A nomenclatura varia de acordo com o segmento corporal exteriorizado. O individuo que é submetido a este procedimento sofre repercussões na sua vida e enfrenta desafios de vencer a doença e de retomar ao cotidiano1,2. Considerando estes aspectos a assistência de enfermagem deve ser abrangente e individual. OBJETIVOS: Descrever a repercussão da estomia de eliminação na vida do indivíduo e a assistência de enfermagem. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nos últimos 12 meses, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo, utilizando os descritores segundo o DeCs: estomia; estomaterapia; perfil de impacto da doença e cuidados de enfermagem, mediante a questão norteadora: “qual a repercussão da estomia de eliminação na vida do indivíduo e a assistência de enfermagem? ”. Foram incluídos estudos disponíveis na íntegra, no idioma português publicados nos últimos dez anos. Em uma primeira busca elencou-se 24 estudos e após leitura dos resumos e considerando os critérios de inclusão finalizou-se em 18 estudos.
RESULTADOS: Os estudos foram agrupados em 7 ideias centrais 1) As repercussões fisiológicas: associada a perda do controle de eliminação das fezes e gazes; impacto na qualidade do sono também relacionado com o aspecto morfológico do estoma; repercussão no hábito alimentar interferindo diretamente na frequência e característica das eliminações e a presença de lesões periostomias e prolapsos 2) Auto cuidado: importância do conhecimento sobre o autocuidado para adaptação no processo de convivência com a estomia; 3) aspectos psicoemocionais: evidenciam a estreita relação do indivíduo com estomia e baixa autoestima e autoimagem; 4) aspectos sociais: o principal cuidador é o familiar, e o não retorno às atividades sociais, devido as mudanças no cotidiano relacionadas a estomia, é outro fator a ser considerado; 5) sexualidade: é relevante quando se fala de estomia, pois após a cirurgia a vida sexual dos pacientes é diminuída e quase nula; 6) Enfrentamento: a aceitação é processo inicial necessário para reintegração nas atividades e convívio social, entretanto, dependerá de características dos pacientes: cultura, religião, experiências e processos emocionais; 7) assistência de enfermagem: a orientação da equipe de enfermagem está relacionada ao autocuidado, por meio da educação e treinamento do paciente desde o período pré operatório com o objetivo de desenvolver a sua autoconfiança e independência3,4. CONCLUSÃO: As repercussões fisiológicas, psicoemocionais e sexuais do indivíduo estomizado, revelam barreiras e dificuldades no enfrentamento e cuidado com a estomia. O suporte social da família é relevante para a reabilitação. A assistência de enfermagem voltada para o cuidado, acolhimento e educação em saúde deve contribuir para o desenvolvimento da autonomia e retomada o mais precoce possível de suas atividades de vida diária.