AÇÕES DE UM AMBULATÓRIO DE ENFERMAGEM EM REABILITAÇÃO URINÁRIA E INTESTINAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: A reabilitação de indivíduos com disfunções de eliminação deve ser multifatorial, diante da nova realidade enfrentada, em que é preciso considerar os âmbitos social, laboral, físico, psicológico, familiar e recreativo, sendo extremamente importante as ações de enfermagem neste período(1-3). Objetivo: Apresentar um relato de experiência sobre um projeto de extensão de um Ambulatório de Enfermagem em Reabilitação urinária e intestinal. Desenvolvimento: Este relato consiste na experiência de um projeto de extensão realizado em um Ambulatório de Enfermagem em Reabilitação em um Hospital Universitário (HU) Federal no interior do Estado de São Paulo, Brasil. O projeto iniciou suas atividades em 2018 com consultas de Enfermagem semanais a crianças e adultos com disfunções urinárias e intestinais, com atendimentos presenciais e teleatendimentos, em especial no período pandêmico através de teleconsultas. Em novembro de 2020, segue em atendimentos especializados aos indivíduos com estomias de eliminação. Até o momento, foram atendidos 86 adultos e 20 crianças e/ou adolescentes e seus respectivos cuidadores. O projeto tornou-se referência ao município local e da região com programas de reabilitação urinária e intestinal através de consultas interdisciplinares por uma equipe composta por estudantes de graduação de Enfermagem, estudantes de pós-graduação, docentes do Departamento de Enfermagem, enfermeiros do hospital, nutricionista e médicos. Dentre as necessidades de cuidado de saúde identificadas, estão incontinência e retenção urinária crônica, uso do cateterismo urinário intermitente limpo no domicílio, constipação crônica, estomas de eliminação, cuidados com a pele, alimentação e hidratação, atividades de vida diária e impactos familiares para o cuidado domiciliar. Através desse projeto, também foram realizadas capacitações com a comunidade e a rede de atenção do município e gestão de saúde. Contribuições para a Estomaterapia: Sobre as atividades, ressalta-se treinamento do autocateterismo urinário intermitente; orientação e acompanhamento de diário miccional e de hábitos intestinais; auxílio na obtenção de materiais na rede de atenção à saúde municipal; identificação de complicações motoras, feridas e de perdas urinárias; reconhecimento e orientações de reações adversas de medicações; e treinamento de manobras não invasivas de eliminação intestinal. Em relação às estomias de eliminação, no decorrer dos atendimentos, são disponibilizados materiais educativos para troca de bolsas e autocuidado com as estomias no ambiente domiciliar; avaliação e aconselhamento nutricional; aplicação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde; treinamento e capacitação do cuidador para auxílio nos cuidados da estomia; identificação de complicações crônicas; prevenção de novas comorbidades; adaptações nas atividades de vida diária; consulta em sexualidade; referência para outras especialidades de saúde; orientação sobre os direitos da pessoa com estomia; entre outros. Considerações finais: O desenvolvimento de projetos de extensão aproximam a academia da comunidade, de maneira com que conhecimentos possam ser aplicados na prática e beneficiem mutuamente quem aprende e quem dele usufrui. No caso de indivíduos com estomias de eliminação, o projeto de extensão mostra-se como um recurso potente para a reabilitação, educação e promoção em saúde.