MANEJO DAS LESÕES DA HIDRADENITE SUPURATIVA COM PAPAÍNA: RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: Hidradenite Supurativa (HS) é uma doença cutânea crônica, supurativa, inflamatória, recidivante, que compromete os ductos das glândulas sudoríparas apócrinas e mistas, acometendo ambos os gêneros em regiões axilar, inguinal, inframamária, anogenital e glútea, com etiologia desconhecida¹. As lesões apresentam exsudato purulento, odor fétido e dolorosas ocasionando alteração no bem-estar e qualidade de vida do paciente. A classificação da gravidade ocorre de acordo com o número de abcessos e nódulos, tipo de fistulização e trajetos fistulosos drenantes. O uso da enzima papaína apresenta-se como opção no manejo desse comprometimento cutâneo². Objetivo: Descrever relato de caso de um paciente jovem com HS com lesões em atendimento ambulatorial por enfermeiras estomaterapeutas. Desenvolvimento: Recorte de projeto de pesquisa, CEP: 6.260.673/2023, com relato de caso de paciente masculino, 25 anos atendido no ambulatório de estomaterapia de um hospital universitário do município do Rio de Janeiro, entre julho de 2023 a abril de 2024, com avaliação e prescrição da conduta, totalizando 6 consultas intercaladas, aliadas às orientações ao paciente e familiar na implementação do procedimento, no domicílio. Trata-se de um caso com episódios recorrentes, a partir de 9 anos de idade em regiões axilar, inguinal e glúteo, tratado como Furunculose. Somente aos 24 anos, foi diagnosticado com HS ativa moderada a grave, iniciando tratamento antimicrobiano, sem melhora. Em julho/2023, foi internado com infecção cutânea em região glútea e iniciado tratamento antimicrobiano e imunobiológico. Ressalta-se que paciente apresentava baixa auto estima, constrangimento e pouca comunicação, com perda de emprego e dependências financeira e dos cuidados da genitora. Iniciado acompanhamento com enfermeiras estomaterapeutas na unidade de internação e prosseguimento ambulatorial de estomaterapia pós alta3,4. A prescrição inicialmente inferiu aplicação de polihexametileno biguanida 0,1% gel e cobertura secundária com gaze com petrolatum. Em reavaliação, determinada pelo comprometimento cutâneo com múltiplas fístulas, intenso exsudato purulento, esfacelo abundante e odor fétido4, foi implementada nova conduta: papaína 15% em pó associada ao Soro Fisiológico 0,9%, proteção perilesional com óxido de zinco 10% creme e compressa cirúrgica estéril, finalizando com malha tubular elástica, em substituição a diversas compressas e fralda descartável, com melhora da auto estima e facilidade para os cuidados com lesões e higiene. Considerações finais: A abordagem adequada e multidisciplinar para HS envolve medidas preventivas, cuidados com as lesões, clínicas, cirúrgicas e psicológica. Destaca-se a importância da adesão ao tratamento pelo paciente e rede de apoio familiar. A utilização da enzima papaína como manejo nesse tipo de lesão reforça a indicação bacterióstatica, bactericida, desbridante, baixo custo e facilidade no cuidado. Contribuições para estomaterapia: O estudo destaca a colaboração multiprofissional de saúde das estomaterapeutas, assim proporcionar o cuidado com as lesões, ajudando-o a lidar com os desafios físicos da doença, melhorando sua qualidade de vida³,4. O quadro atual inclui a melhoria dos sintomas, redução do uso de medicações e o progresso evolutivo das lesões por consequência das intervenções adotadas, evitando um procedimento cirúrgico. O estudo também reforça a divulgação em pesquisas e desenvolver protocolos de tratamento, contribuindo para uma abordagem holística e eficaz.