IMPLEMENTAÇÃO DA OFERTA DA ASSISTÊNCIA EM DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: A incontinência urinária (IU) é qualquer perda involuntária de urina e pode ser classificada como: Incontinência de Esforço (IUE), de Urgência (IUU), Mista (IUM), Incontinência Urinária por Retenção (IUR), Enurese, Incontinência Urinária Contínua (IUC), Insensível, durante o coito e Incontinência Urinária por Disfunção Neurológica¹. A grande maioria das pessoas que enfrentam a IU são mulheres. Isso se deve em parte aos fatores específicos do corpo feminino, como a anatomia da pelve, gestações, partos e menopausa, que aumentam o risco de desenvolver problemas urinários. Além disso, certos fatores de risco, como ansiedade, depressão e constipação intestinal, são mais comuns entre as mulheres. Embora as mulheres sejam as mais afetadas, a incontinência urinária não é exclusiva delas, o que destaca a importância de avaliações de enfermagem abrangentes para todos os pacientes2. Essa avaliação envolve a coleta contínua de dados subjetivos e objetivos relevantes para a saúde do indivíduo, família e comunidade, utilizando uma variedade de técnicas, como exames laboratoriais, testes clínicos e escalas de avaliação validadas. São informações essenciais para identificar as necessidades de cuidados de enfermagem e de saúde. Portanto, para o enfermeiro, é crucial desenvolver intervenções que contribuam para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de IU. Objetivo: Relatar a experiência da implementação da oferta da assistência em disfunções do assoalho pélvico no ambulatório de ginecologia de um Hospital Universitário. Desenvolvimento: Este relato descreve o processo de implementação dos serviços para disfunções do assoalho pélvico em um hospital universitário em Vitória. Os serviços são oferecidos por meio do projeto de extensão "Cuidado Integral à Mulher e à Criança", no ambulatório de ginecologia desde outubro de 2023. A equipe inclui uma Enfermeira Estomaterapeuta, uma Enfermeira Docente Estomaterapeuta, uma Enfermeira Docente Especialista em Saúde da mulher e estudantes de Enfermagem, que realizam consultas uma vez por semana. Os principais desafios enfrentados incluem a organização dos fluxos de atendimento, especialmente em casos que demandam a colaboração de outras categorias profissionais, e a escassez de recursos para a aquisição de materiais como: cateteres, pessários e equipamentos de eletroestimulação. Apesar da escassez de recursos, é possível obter sucesso com algumas pessoas atendidas, especialmente naquelas com incontinência urinária de esforço. Considerações Finais: O processo de implementação da assistência às disfunções do assoalho pélvico demonstra um desfecho positivo principalmente em pessoas com incontinência urinária de esforço. Nesse sentido, acredita-se que as intervenções realizadas pelo projeto de extensão podem ser uma prática indispensável para o ensino e aprimoramento de estudantes e enfermeiros. Contribuições para Estomaterapia: Acredita-se que a implantação inicial da assistência em disfunções do assoalho pélvico no ambulatório de ginecologia de um Hospital Universitário pode contribuir para tensionar a formação de enfermeiros que conheçam as vertentes da estomaterapia, bem como fortalecer a área num estado com número irrisório de especialistas. Acredita-se que essa implantação proporciona cuidado seguro e eficaz no manejo das disfunções do assoalho pélvico em mulheres atendidas no ambulatório.