PAPEL DO ENFERMEIRO E FISIOTERAPEUTA NA PREVENÇÃO E CONTROLE DAS OCORRÊNCIA DE INCONTINÊNCIAS APÓS BRAQUITERAPIA PÉLVICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: A sobrevida de mulheres com câncer ginecológico vem aumentado devido às novas tecnologias e combinações de terapias para o tratamento das neoplasias, contudo, o aumento das taxas de sobrevida precisam estar atrelados a melhor qualidade de vida da mulher (1). Entretanto, durante e após o tratamento de braquiterapia pélvica, algumas mulheres podem desenvolver efeitos adversos imediatos e tardios, ocorrendo sangramento vaginal, estreitamento e encurtamento das paredes do canal vaginal, cistite e retite actínicas, menopausa precoce, perda de lubrificação, enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico, alterações gastrointestinais e geniturinárias, e também, alterações psicológicas, que afetam diretamente na qualidade de vida da mulher (2-3). Estes efeitos podem ser atenuados e até mesmo prevenidos se essa mulher possuir um cuidado continuado e especializado por Enfermeiros e Fisioterapeutas. Destaca-se as ocorrências de incontinências, visto que aproximadamente 25% das mulheres saudáveis e não grávidas desenvolvem incontinências e bexiga hiperativa, e os efeitos e impacto nos distúrbios do assoalho pélvico não são amplamente compreendidos no contexto da braquiterapia pélvica (4). Objetivo e Método: Relatar atuação de enfermeiros e fisioterapeutas no cuidado de mulheres com câncer ginecológico em braquiterapia com incontinências. Relato de experiência descrito por acadêmica de enfermagem, bolsista de iniciação científica, entre 2020 e 2021, tendo como fonte de dados observação participante realizada em ambulatório de braquiterapia de alta taxa de dose registrada em diário de campo (notas de campo) de pesquisa desenvolvida em um hospital oncológico no sul do Brasil, sob apreciação ética (parecer 4.050.347); Resultados: O enfermeiro na braquiterapia pélvica, no referido cenário de atenção, tem como papel primordial o acolhimento da mulher, orientações e acompanhamentos pré, trans e quando da alta da braquiterapia. Quanto à educação em saúde, o enfermeiro destaca a terapêutica e seus efeitos colaterais, incluindo as incontinências urinárias e fecais. Avaliação clínica, orientações para o autocuidado e materiais educativos são ofertados para melhor atenção à saúde. O fisioterapeuta mantém o atendimento continuado à mulher após o término do tratamento (a cada três meses). Nas consultas, o fisioterapeuta realiza anamnese clínica, exame físico, incluindo avaliação ginecológica, identificando queixas de saúde. Observou-se a ocorrência de 67,6% (23) mulheres com incontinência, 19 apresentaram incontinência urinária, duas incontinência urinária e fecal e uma incontinência fecal sendo relatadas durante a avaliação do fisioterapeuta. Nos relatos as mulheres apontaram que deve-se dar destaque, no período da braquiterapia, às orientações aos exercícios de contração do assoalho pélvico, considerando a necessidade dos cuidados preventivos e a manutenção dos acompanhamentos por fisioterapeuta. Conclusão: O profissional enfermeiro, assim como o fisioterapeuta, devidamente capacitado, têm um papel de grande valia na prevenção e controle das ocorrências de incontinências urinárias e fecais. A parceria entre enfermeiros e fisioterapeutas permite atuação mais eficaz e melhor qualidade de vida à mulher. A iniciação científica proporcionou a acadêmica uma visão sobre a atuação dos profissionais sobre os eventos adversos, contribuindo de forma significativa para sua formação em Enfermagem.