FATORES ASSOCIADOS À CONSTIPAÇÃO INTESTINAL ENTRE INDIVÍDUOS IDOSOS

Resumo

INTRODUÇÃO: A última versão elaborada pela Rome Foundation (Roma IV) definiu constipação intestinal (CI) como um distúrbio funcional intestinal com predomínio de defecação difícil, infrequente ou incompleta, com início dos sintomas 06 meses antes do diagnóstico e persistência dos 03 últimos meses1. Considerada uma afecção de alta prevalência na população em geral, em idosos é 4 a 5 vezes mais frequente do que em adultos jovens, acometendo um em cada dois idosos acima dos 80 anos. Na senescência ocorrem alterações no intestino grosso como mudanças macroscópicas estruturais e alterações no assoalho pélvico que afetam a plasticidade e complacência intestinal que associadas a fatores como hábitos e estilos de vida estão envolvidos na constipação intestinal entre idosos2. OBJETIVO: Identificar na literatura fatores associados à constipação intestinal entre indivíduos idosos. MÉTODO: Tratou-se de um estudo de revisão integrativa realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde e Scielo, entre novembro de 2021 e março de 2022. Os critérios de inclusão foram estudos no idioma português e inglês publicados nos últimos onze anos, utilizando os descritores, segundo o DeCs: constipação intestinal, idoso e estomaterapia, combinados entre si e que respondessem à pergunta norteadora: quais são os fatores associados à constipação intestinal entre indivíduos idosos? A amostra foi composta por 15 estudos. RESULTADO: Os resultados foram agrupados em ideias centrais. 1) Fatores associados a presença de comorbidade: afecções como demência, doença de Parkinson, acidente vascular cerebral; diabetes, obesidade, hipotireoidismo, imobilismo e outras contribuem para desencadear ou intensificar os quadros de CI em idosos; 2) Polifarmácia: entre as medicações frequentemente associadas a CI entre idosos são analgésicos opioides, antidepressivos tricíclicos; agentes anticolinérgicos; bloqueadores de canal de cálcio; medicamentos antiparkinsonianos; antipsicóticos; suplemento ferroso; antihistamínico e diuréticos; 3) hábitos alimentares: a baixa ingestão de fibras e de água influenciam significativamente no desenvolvimento e agravamento da constipação, devido ao ressecamento e endurecimento das fezes. Aumentar o consumo de fibras diáriamente associada a hidratação adequada contribui na formação do bolo fecal, diminui o ressecamento das fezes facilitando a eliminação3. 4) Atividade física: estudos evidenciam que a atividade física estimula a motilidade intestinal, além do impacto positivo nas funções sociais e psicológicas. 5) Nível sócio-econômico: o consumo de fibras e alimentos saudáveis em geral é baixo na população como um todo, mas é ainda menor entre indivíduos pertencentes às classes menos favorecidas, relacionando-se com maior prevalência de CI; 6) Condições psicológicas: ansiedade, estresse e depressão predispõem a CI entre indivíduos idosos. Intervenções psicológicas em paciente com CI e terapias comportamentais para redução da ansiedade auxiliam no relaxamento da musculatura pélvica e contribuem para melhora da CI entre indivíduos idosos2,4,5. CONCLUSÃO: Os fatore associados a CI entre indivíduos idosos foram os que apresentam alguma doenças neurológicas; endócrino metabólicas e psíquicas, além de inatividade física, baixa ingestão de fibras e líquidos, que também relaciona-se com o nível sócio-econômico. Considerar fatores associados, conhecimento sobre alimentação e hábitos de vida é fundamental na elaboração de condutas para prevenção e tratamento adequado da constipação intestinal entre indivíduos idosos.