CUIDADO DE ENFERMAGEM À CRIANÇA TRAQUEOSTOMIZADA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Estomaterapia, Criança, Equipe de EnfermagemResumo
Introdução: Crianças com condições crônicas têm apresentado aumento da expectativa de vida, formam um grupo emergente no contexto social, podem demandar cuidados complexos e tecnologias para suporte de vida, como o uso de cânula traqueal e traqueostomia. Nesta perspectiva, a criança apresenta necessidades físicas, emocionais, sociais e culturais específicas e únicas em cada fase de seu crescimento e desenvolvimento. Os cuidados ofertados pela equipe de enfermagem devem estar pautados na ética, na humanização da assistência e em conhecimento científico a fim de garantir uma prática segura e um elo consistente entre o serviço de saúde, a criança, a família e o profissional. Nesse contexto o enfermeiro desempenha um importante papel na assistência, na gerência e na educação junto à sua equipe pais/ cuidadores e criança. Objetivo: relatar a experiência de enfermeira intensivista pediátrica sobre a assistência prestada pela equipe de enfermagem no cuidado a criança traqueostomizada. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência no cuidado à criança traqueostomizada em uma unidade de terapia intensiva pediátrica, de um hospital universitário de Minas Gerais. Resultados: percebeu-se que existem lacunas no cuidado desenvolvido pela equipe de enfermagem aos pais/cuidadores e à criança. Os pais/cuidadores apresentam ansiedade, medo em relação à alta hospitalar, no que tange à responsabilidade de cuidar da criança traqueostomizada, além de insegurança em relação ao apoio efetivo de profissionais de saúde e ao provimento de insumos no domicílio. Quanto às lacunas no cuidado à criança, essas estão relacionadas à manipulação da estomia respiratória, a aspiração de secreções, curativos, decanulação acidental. Conclusões: é premente planejar e implementar medidas para o cuidado à criança, aos pais/cuidadores tendo em vista que os profissionais de enfermagem apresentam certos receios no manejo da estomia, no cuidado geral da criança e no contato com os pais/cuidadores frente às inquietações que esses apresentam. Torna-se fundamental conhecimento científico, habilidades no manejo da estomia, sensibilidade e capacidade de valorizar a situação de dor frente ao adoecimento da criança, levando-se em consideração os aspectos emocionais e socioculturais da família frente à doença e à traqueostomia. O desenvolvimento de uma prática segura contribui para aprimorar a qualidade do cuidado, a relação profissional/paciente/família/instituição, além de possibilitar a adesão dos pais/cuidadores ao tratamento.
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Referências
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