PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DE SENSIBILIDADE DERMATOLÓGICA EM PESSOAS COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO
Palavras-chave:
Estomas Cirúrgicos, Estudo de Validação, Dermatite de Contato, EstomaterapiaResumo
INTRODUÇÃO: O termo stoma se trata de uma palavra de origem grega que significa boca ou abertura, utilizada para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca do corpo, por causas distintas, ocasionando desvio do trânsito normal (1). O orifício construído por meio de técnicas cirúrgicas específicas, pode ter caráter temporário ou definitivo, e isso dependerá das características e extensão da doença que gerou sua confecção (2). Nos últimos anos, o número de pessoas com algum tipo de estomia vem crescendo de maneira contínua. Algumas estimativas já demonstram a realização de aproximadamente 120 mil cirurgias de construção de estomias, anualmente, na América (3). OBJETIVO: Objetivou-se construir e validar um protocolo clínico direcionado à avaliação de sensibilidade dermatológica ocasionada por dispositivos coletores e adjuvantes utilizados por pessoas com estomias. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa metodológica para construção e validação de uma tecnologia assistencial de avaliação dermatológica em pacientes com estomias de eliminação (número de parecer do comitê de ética: 3.753.247). A construção do protocolo percorreu as etapas: diagnóstico situacional teórico, levantamento do referencial teórico e desenvolvimento do protocolo. Para validação, foram recrutados 21 juízes, enfermeiros, com experiência na área de Estomaterapia, cujo instrumento para validação do conteúdo avaliou objetivos, estrutura e relevância da tecnologia, sendo disponibilizado via e-mail por formulário eletrônico na plataforma Google Forms. Para análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva e o cálculo de Índice de Validação de Conteúdo. Obteve-se escore global de concordância entre os juízes de 0,92. RESULTADOS: Processo de construção do protocolo: O Protocolo de avaliação de sensibilidade dermatológica em pacientes com estomias de eliminação foi construído em três etapas (anamnese, exame físico e acompanhamento). Processo de validação do protocolo elaborado: Participaram do estudo 21 juízes enfermeiros, com experiência na área de Estomaterapia. Mediante a representação do protocolo analisado pelos juízes com especialidade na área, percorreram-se três dimensões principais, conforme referido no método do estudo. A primeira delas, que diz respeito ao objetivo da tecnologia construída, é dividida em seis categorias de análise, os enfermeiros precisavam compreender os propósitos, metas e finalidades que se desejavam atingir com a utilização desse instrumento no campo assistencial. Por sua vez, o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), nesse primeiro quesito esteve entre 0,81 e 1. No tocante à segunda dimensão, estrutura, os itens abordaram desde a objetividade das mensagens até o estilo do constructo, buscando extrair dos avaliadores a percepção de versatilidade e usabilidade do material em um possível cenário prático assistencial; com isso os valores de IVC ficaram na faixa intervalar de 0,85 a 0,95. Para a última dimensão, denominada relevância, o juiz precisava compreender a significância do instrumento quanto a realidade e implicação dele na vida de um dado paciente, além de avaliá- lo quanto a possibilidade de utilização como ferramenta de ensino-aprendizagem profissional e acadêmica. Para esse bloco, o valor de IVC girou em torno de 0,85 e 0,95. CONCLUSÃO: Conclui-se que o protocolo criado possui fundamentação e validação prática, versatilidade de aplicação, viabilizando um processo assistencial mais congruente com a realidade do paciente com estomia.
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Referências
Oliveira ACM, Barros FLS, Costa AWS, Azevedo AP, Coelho PGP, Cunha MLS, Santos MJV, Bastos SNMAN. Conhecimento sobre o manejo de estomias intestinais de eliminação. Rev enferm UFPE on line., Recife, 13(5):1345-53, maio., 2019. DOI: 10.5205/1981- 8963-v13i05a238543p1345-1353-2019. 2. Maciel DBV, Santos MLSC, Oliveira NVD, Fully PSC, Camacho ACLF, Coutinho FH. Perfil sociodemográfico de pacientes com estomia
definitiva por câncer colorretal: interferência na qualidade de vida. Revista Nursing, 2019; 22 (258): 3339-3344. Disponível em: http://www.revistanursing.com.br/revistas/258/pg69.pdf .
Acesso em: 2 set. 2021. 3. Dantas FG, Souza AJG, Melo GSM, Freitas LS, Lucena SKP, Costa IKF. Prevalência de complicações em pessoas com estomias urinárias e intestinais. Revista Enfermagem Atual, 2017; 82. DOI: 10.31011/reaid-2017-v.82-n.20-art.304.