OZONIOTERAPIA TÓPICA NO TRATAMENTO DE VASCULITE LEUCOCITOCLÁSTICA: RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Estomaterapia, Ozônio, Vasculite Leucocitoclástica CutâneaResumo
Introdução: A vasculite leucocitoclástica consiste em uma inflamação de pequenos vasos, principalmente as vênulas, por meio da deposição de imunocomplexos. Sua etiologia pode ser idiopática ou relacionada à neoplasias, medicamentos e infecções 1. O tratamento inclui medidas de suporte (elevação das pernas, repouso, meias de compressão e anti- histamínicos); casos graves inclui uso de corticosteroides sistêmicos. No caso a ser relatado sugerimos uso de Ozonioterapia por suas ações terapêuticas estão: efeito antimicrobiano, modulação da inflamação, analgesia, promoção da cicatrização, regulação metabólica celular e modulação do estresse oxidativo2. Objetivo: Relatar um caso de vasculite leucocitoclástica tratada com ozonioterapia transcutânea. Método: Trata-se de estudo de caso aprovado sob parecer 3.520.261 e CAEE: 12212519.2.0000.012. Mulher, 74 anos, com Diabetes Mellitus tipo 2 em uso de metformina, Hipertensão Arterial Sistêmica em uso de enalapril e hidroclorotiazida e depressão tratada com escitalopram e clonazepam. Ademais fazia uso de prednisona 80mg uma vez por semana. Foi acompanhada no ambulatório de um hospital universitário no sul do Brasil semanalmente. No primeiro atendimento apresentava em ambos membros inferiores lesões extensas em pés e tornozelos com flictenas rotas, púrpuras e regiões necróticas, com dor intensa. Realizado desbridamento instrumental, aplicado PHMB solução, ozonioterapia transcutânea via Bag: 60 mcg por 10 minutos, curativo de hidrofibra com prata, chumaço e atadura, sem possibilidade de mensuração das lesões devido ao quadro clínico. No segundo atendimento foi realizada higiene da ferida3, desbridamento instrumental e aumentado o tempo da ozonioterapia para 30 minutos. Em membro inferior esquerdo lesão medindo 4x3 (12 cm² de área) em região maleolar com 95% de granulação e 5% esfacelo, aplicado espuma com prata com borda adesivada, e em área de desepitelização, gaze com emulsão de petrolatum.
Em membro inferior direito lesão medindo 8,5x4 (34cm² de área) 100% granulada, em região maleolar anterior aplicado espuma com prata com base adesivada e em áreas de desepitelização gaze com emulsão de petrolatum. No terceiro atendimento, ambos os membros lesões com 100% de granulação, ausência de dor, mantido terapêutica, porém reduzido dose da ozonioterapia para 20 mcg. No quarto atendimento, lesões totalmente cicatrizadas, promovendo a alta da paciente. Resultados: Após uma sessão, a paciente demonstrou melhora significativa do quadro geral, e controle álgico total após duas sessões de Ozonioterapia. Após quatro atendimentos e duas sessões de ozonioterapia em 21 dias as lesões estavam totalmente cicatrizadas. Conclusão: A Ozonioterapia proporcionou seus efeitos esperados de ação antimicrobiana, neoangiogênese, modulação do processo inflamatório, e estresse oxidativo celular, promoção da analgesia e regulação do metabolismo celular. Estes fatores associados proporcionaram a cicatrização de forma efetiva e melhoraram a qualidade de vida da paciente. Indica-se a realização de novos estudos com outras amostras para aplicação em outras realidades futuras.
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Referências
Gonçalves MS. Vasculites: desafio diagnóstico e terapêutico. Arq Catarinenses Med [Internet]. 2019;48(4):174–90. Available from: http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/531/388 2. Girondi J, et al. Ozonioterapia no tratamento de feridas em adultos: revisão integrativa. Brazilian J Dev [Internet]. 2021; 7 (7): 68912–25. DOI: 10.34117/bjdv7n7-191. 3. Murphy C, Atkin L, Swanson T, Tachi M, Tan YK, Vega de Ceniga M, Weir D, Wolcott R. International consensus document. Defying hard-to-heal wounds with an early antibiofilm intervention strategy: wound hygiene. J
Wound Care 2020; 29(Suppl 3b):S1–28.