PARÂMETROS PARA DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA FERIDA CRÔNICA
Palavras-chave:
Registro fotográfico, Feridas crônicas, EstomaterapiaResumo
INTRODUÇÃO: O acompanhamento da evolução da ferida exige o estabelecimento de parâmetros considerando tratar-se de um desafio para os profissionais de saúde (1). O registro da ferida pode ser documentado no prontuário do paciente, contempla a área, características do tecido de granulação, necrótico e epitelização, exsudato e pele periferida (2). Outra possibilidade de documentação é a fotografia, que pode fornecer evidências sobre os aspectos da ferida (3). No entanto, o desconhecimento dos profissionais a respeito da técnica fotográfica e dos parâmetros para obtenção do registro é uma lacuna para assegurar a qualidade das imagens. OBJETIVO: Conferir os parâmetros da literatura para a fotografia de feridas na prática clínica. MÉTODO: trata-se de um estudo de caso composto de duas etapas. Na primeira foram identificados os parâmetros para o registro fotográfico por meio da revisão da literatura. Selecionou-se oito artigos utilizando cruzamentos entre os descritores ‘fotografia’, ‘documentação’, ‘registros’, ‘ferimentos e lesões’, ‘prática clínica’. Os artigos foram identificados nas bases de dados do banco da Biblioteca Virtual em Saúde, Medline, Cocrhane, Embase, Scopus e Web of Science, publicados no período de 2005 a 2019. Na segunda etapa, o registro fotográfico foi realizado aplicando os parâmetros na prática clínica.
Foi realizado o registro fotográfico de uma úlcera venosa localizada no maléolo medial esquerdo. Utilizou-se câmera Canon, modelo EOS Rebel XS digital com lente 18-55mm e smartphone modelo A51. A cor da imagem, consiste em um dos principais quesitos de qualidade da fotografia. Para determinar a consistência das cores da fotografia, de cada aparelho, este estudo considerou o cálculo de Delta E (?E), que consiste na variação entre duas amostras de cores, a fim de determinar se a diferença entre elas é percebida pelo sistema visual humano ou não (4). O Delta E de referência foi RESULTADOS: a revisão da literatura permitiu identificar 10 parâmetros: Consentimento do paciente, posicionamento da câmera e do paciente, identificação da ferida, fundo da imagem, iluminação, equipamento fotográfico, consistência da cor por meio do Delta E, foco e armazenamento da imagem. Em relação à cor da imagem, identificou-se alteração do Delta E em doze registros fotográficos realizados. Os valores máximo e mínimo de Delta E, quando utilizado câmera, luz de teto apagada, fonte de luz (LED) com difusor e fundo azul (?E 25,0). Ao realizar o registro com câmera, luz apagada, fonte de luz de (LED) sem difusor e fundo azul o (?E 27,0). E, utilizando câmera e smartphone, obteve valores de Delta E 10,3 e 12,6, respectivamente, ambos registros ocorreram com a luz do teto acesa e o fundo branco. CONCLUSÃO: As imagens que obtiveram menores alterações nos números de Delta E foram a fotografia de câmera e smartphone com luz de teto acesa e fundo branco, mas ainda assim com Delta E superior a 10, o que ainda apresenta alta variação cromática.
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Referências
Lima RVKS, Coltro PS, Júnior JAF. Negative pressure therapy for the treatment of complex wounds. Rev Col Bras. 2017, v.44(1): 081–93. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0100-69912017001001. 2. McGuckin KR. Institute of Medical Ilustrators. National guideline-wound management photography. IMI. 2019. p. 30. Available form: www.imi.org.uk 3. Galvão MTG, Alexandre HO, Dantas PB, Lima ICV, Lopes EM. Uso da fotografia no processo do cuidar: tendências das ações de enfermagem. Cienc enferm. 2013; 19(3): 31-39. DOI: http://dx.doi.org/10.4067/S0717-95532013000300004. 4. Leão, AC.,
Westland S. How accurate with automatic settings can be the camera of the smartphone for color reproduction of cultural heritage? Society for Imaging Science and Technology. 2019. p.5