TELEMONITORAMENTO A PACIENTES COM ÚLCERAS VENOSAS: ORIENTAÇÕES FORNECIDAS E DESFECHO DO MONITORAMENTO REMOTO
Palavras-chave:
Telemonitoramento, Úlcera varicosa, Perfil de saúde, Assistência Integral à Saúde, EstomaterapiaResumo
O objeto de estudo trata das orientações fornecidas por meio do telemonitoramento a pacientes com úlceras venosas (UV) e o desfecho deste monitoramento à distância. Apresentam-se como objetivos: i) caracterizar aspectos sociodemográficos e de saúde de pessoas com úlceras venosas telemonitorados à distância; ii) identificar as orientações fornecidas aos pacientes telemonitorados com úlceras venosas; e iii) descrever o desfecho ocorrido com os pacientes com úlceras venosas monitorados à distância. Trata-se de um estudo documental, quantitativo, realizado com 159 prontuários físicos de pacientes com UV, telemonitorados na Clínica de Enfermagem em Estomaterapia da Policlínica Piquet Carneiro, localizada no Rio de Janeiro, no período de abril de 2018 a fevereiro de 2020. A escolha de tal população se justifica devido a sua alta incidência e prevalência na clínica de estomaterapia. O estudo cumpre a Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, obtendo-se parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) para o seu desenvolvimento sob o número de Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 18068819.9.0000.5282. Os resultados apontam um equilíbrio entre os participantes do estudo, composto por 81 (50,94%) mulheres e 78 (49,06%) homens; na faixa etária de 60 a 69 anos (32,71%); com ensino fundamental completo ou médio incompleto 66 (41,51%); aposentados ou pensionistas 65 (40,88%); residentes na Zona Norte do Rio de Janeiro 75 (47,17%). Verificou-se também que 65 (40,88%) pessoas possuíam ao menos uma doença de base, principalmente Hipertensão Arterial Sistêmica 106 (39,40%) e Diabetes Mellitus 72 (26,77%). Ademais, constatou-se que 51 (32,07%) pacientes faziam acompanhamento médico regular na clínica da família; possuíam o membro inferior esquerdo acometido por úlcera venosa 65 (40,88%), lesões múltiplas 85 (53,46%); apresentando uma área total menor ou igual a 24 cm² em 100 (62,89%) pacientes; sendo a região do maléolo medial (face interna) mais acometida 118 (38,19%); com lesões que duravam de 5 a 9 anos em 35 (22,01%) dos casos. Outro resultado foi que em 87 (54,72%) dos prontuários analisados não houve cicatrização, entretanto, 72 (45,28%) pacientes cicatrizaram alguma vez, mas apresentaram recidivâncias em 100% desses pacientes. As UV possuíam exsudato com aspecto seroso 113 (71,07%); de volume moderado 62 (38,99%); ausência de odor em 68 (42,77%); presença de edema em 126 (79,25%); bordas
irregulares 91 (33,21%); leito granuloso em 103 (37,19%); edema na pele perilesional 80 (22,60%); possuíam lesões que interferiram na deambulação 117 (33,62%); queixavam-se de dor 68 (35,42%). Verificou-se que 134 (26, 91%) pacientes receberam orientações referentes à realização de repouso (com os membros inferiores elevados) e, mostraram como desfecho do telemonitoramento, a predominância de novos agendamentos e remarcações de consultas na clínica em 55 (34,60%) prontuários analisados. Os achados evidenciam a necessidade de ampliar as ações de enfermagem desenvolvidas na Clínica de Enfermagem em Estomaterapia, no intuito de proporcionar a saúde integral dos pacientes com úlcera venosa.
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Referências
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