DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA MÓVEL PARA PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Estomaterapia, Tecnologia educacional, Educação em saúde, EnfermagemResumo
Introdução: as pessoas com estomias intestinais enfrentam diversos desafios no aprendizado do autocuidado. Esse processo é variável e subjetivo para cada pessoa, e perpassa aspectos fisiológicos, emocionais, sociais, que demandam novos cuidados, com a necessidade de apoio multiprofissional e ações de educação em saúde.(1) Dentre os recursos que podem auxiliar nesse processo, os aplicativos móveis se inserem como tecnologias em expansão e auxiliam pacientes em condições crônicas a adquirirem maior autonomia, assim como apoiam os profissionais no processo educacional.(2-3) Objetivo: descrever o desenvolvimento de aplicativo móvel para o autocuidado de pessoas com estomias intestinais. Método: trata-se de estudo descritivo, com abordagem qualitativa, a partir da questão de pesquisa: como ocorreu o processo de desenvolvimento de aplicativo móvel para o autocuidado de pessoas com estomias intestinais?. O período do desenvolvimento do aplicativo móvel para smartphone ocorreu entre agosto e novembro de 2020, produzido como dissertação de mestrado acadêmico, em parceria com profissionais de Tecnologia da Informação. O aplicativo foi concebido com base no referencial metodológico Design Science Research e orientado pela Teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea Orem. Resultados: o processo de desenvolvimento do aplicativo móvel ocorreu por meio de reuniões com a equipe de tecnologia da informação. Iniciou-se a construção da tecnologia pelo levantamento na literatura sobre as recomendações de autocuidado para pessoas com estomias intestinais. A partir desses resultados, realizou-se a fase de levantamento dos requisitos para delinear o nome, conteúdo, layout e funções do aplicativo móvel. Para isso, elaborou-se um diagrama de fluxo com as funções de entrada e retorno das telas e protótipo com a versão inicial do aplicativo. Após avaliações conjuntas entre os desenvolvedores e enfermeiras com conhecimento na área de estomaterapia, produziu-se a versão final do aplicativo com 36 telas, que abordam aspectos de higiene, manuseio do equipamento coletor, alimentação, complicações, legislação, serviços de saúde, sexualidade, atividades físicas e de lazer, a partir do formato de hipertexto e recursos visuais interativos. A experiência do desenvolvimento desse aplicativo móvel permitiu ampliar os conhecimentos sobre tecnologias informacionais e tendências de inovações tecnológicas na área da saúde, especialmente na estomaterapia, que ainda é um campo incipiente para essas tecnologias. Ademais, contribuiu para o aprimoramento sobre as recomendações de autocuidado destinadas a essa população. Conclusão: o desenvolvimento do aplicativo móvel possibilitou aproximação com os fundamentos da tecnologia da informação, permitindo a ampliação dos conhecimentos e criação de novos recursos na área de estomaterapia. Espera- se que o aplicativo auxilie pessoas com estomias em seu autocuidado e fortaleça a educação em saúde e assistência de enfermagem. Novos estudos podem ser incentivados a partir desse relato, bem como a replicação em outros contextos.
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Referências
Sasaki VDM, Teles AAS, Silva NM, Russo TMS, Pantoni LA, Aguiar JC, et al. Self-care of people with intestinal ostomy: beyond the procedural towards rehabilitation. Rev Bras Enferm. 2021;74(1):e20200088. 2. Lee J, Yeom I, Chung ML, Kim Y, Yoo S, Kim E. Use of Mobile Apps for Self-care in People With Parkinson Disease: Systematic Review. JMIR Mhealth Uhealth. 2022;10(1):e33944. 3. Qudaha B, Luetsch K. The influence of mobile health applications on patient - healthcare provider relationships: A systematic, narrative review. Patient Educ Couns. 2019; 102(6): 1080-9.