PREVALÊNCIA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES E PUÉRPERAS EM UMA MICROREGIÃO DA CIDADE DO RECIFE.

Autores

  • MARÍLIA PERRELLI
  • ELLEN STERPHANIE ALVES DA SILVA
  • SARA ROSA PIEDADE COSTA VALENTE
  • LUCAS NUNES DAMÁSIO DE OLIVEIRA
  • JABIAEL CARNEIRO DA SILVA FILHO
  • ISABEL CRISTINA RAMOS VIEIRA SANTOS

Palavras-chave:

Gravidez, Incontinência Urinária, Estomaterapia

Resumo

Introdução: A gravidez é um momento de séria reestruturação na vida da mulher, representa um período de intensas modificações físicas e psicológicas que alteram sua vida social, familiar e profissional.¹ Durante o ciclo gravídico, devido a alterações fisiológicas e anatômicas, há um aumento na probabilidade da gestante desenvolver incontinência urinária (IU). Essa, por sua vez, é definida como qualquer perda de urina involuntária, de acordo com a Sociedade Internacional de Continência (ICS).1,2 A fisiopatologia da IU durante a gestação é multifatorial, envolvendo a própria gravidez, mudanças no ângulo uretrovesical, aumento da pressão sobre os músculos elevadores, aumento do peso corporal materno e peso do útero gravídico, com aumento progressivo da pressão sobre a musculatura do assoalho pélvico.3,4 Por mais que a IU não cause diretamente riscos à vida da mulher durante a gravidez e puerpério, sabe-se que essa condição diminui significativamente a qualidade de vida dessa mulher.2,4 Objetivo: Identificar a prevalência de incontinência urinária no terceiro trimestre de gestação e no puerpério numa microrregião do Recife. Método: A presente pesquisa trata-se de um estudo de coorte, longitudinal, descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em uma Unidade de Saúde da Família localizada no bairro do Ibura na cidade do Recife. A população do estudo foi composta por gestantes no 3° trimestre de gestação e puérperas de até 3 meses do pós-parto que foram atendidas no referido serviço. A amostra foi probabilística simples, do tipo não intencional. Os dados foram coletados de março a julho de 2022 através de três questionários autoaplicados e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os questionários utilizados foram: sociodemográfico, o ICIQ-SF e o KHQ. A pesquisa foi conduzida de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde sob aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE: 46682221.4.0000.5192.

Resultados: Foram avaliadas 31 mulheres com idade de 17 a 35 anos, dessas, 51,6% (16) relataram ter apresentado sintomas de IU no terceiro trimestre de gestação e, dessas, 16,1%

(5) apresentaram IU também no puerpério. Das 16 mulheres que apresentaram IU, 62,5% (10) estavam com sobrepeso apresentando IMC entre 25 e 29,9kg/m2, 31,25% (5) estavam com obesidade apresentando IMC acima de 30kg/m2 e 6,25% (1) estavam com peso normal apresentando IMC entre 20 e 24,9kg/m2 no 3° trimestre de gestação. Além disso, dessas mesmas 16 mulheres, 62,5% (10) tiveram parto vaginal e 6,25% (1) tiveram parto cesáreo, 31,25% (5) ainda não tinham parido até o momento da coleta. Conclusão: Este estudo demonstra a elevada prevalência da IU (51,6%) na gravidez e sua redução no pós-parto; o IMC elevado e o parto vaginal surgem como possíveis fatores de risco no aparecimento da IU. Os resultados mostram a necessidade de intervenções efetivas para reduzir a ocorrência de IU no ciclo gravídico-puerperal, atividades de educação para a promoção da saúde no contexto da saúde da mulher podem contribuir tanto na prevenção como no tratamento.

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Referências

BRANDÃO, A.C.S.; GASPARETTO, A.; PIVETTA, H.M.F. A Fisioterapia na atenção básica: atuação com gestante em caráter coletivo. Fisiot. Bras., v. 9, n. 2, p. 86-92, mar.-abr. 2008. 2. ROCHA, Juliana; BRANDÃO, Pedro; MELO, Anabela; TORRES, Silvia; MOTA, Lurdes; COSTA, Fernanda. Avaliação da Incontinência Urinária na Gravidez e no Pós- Parto: estudo observacional. Acta Médica Portuguesa, [S.L.], v. 30, n. 7-8, p. 568, 31 ago. 2017. Ordem dos Médicos. http://dx.doi.org/10.20344/amp.7371. 3. LEROY, Lígia da Silva; LUCIO, Adélia; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Risk factors for postpartum urinary incontinence. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 50, n. 2, p. 200-207, Apr. 2016. Available from:. Access on 06 May 2021. https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000200004. 4.SACOMORI, Cinara; BÖER, Leonice; SPERANDIO, Fabiana Flores; CARDOSO, Fernando Luiz. Prevalência e variáveis associadas à incontinência urinária no terceiro trimestre gestacional. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 3, n. 13, p. 215-221, set.2013.

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Publicado

2022-12-14

Como Citar

PERRELLI, M., SILVA, E. S. A. D., VALENTE, S. R. P. C., OLIVEIRA, L. N. D. D., FILHO, J. C. D. S., & SANTOS, I. C. R. V. (2022). PREVALÊNCIA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES E PUÉRPERAS EM UMA MICROREGIÃO DA CIDADE DO RECIFE. Simpósio Brasileiro De Estomaterapia Norte-Nordeste. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/sben/article/view/443