ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE UMA PESSOA COM COLOSTOMIA TEMPORÁRIA: RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Estomaterapia, Estado Nutricional, Ingestão de alimentos, ColostomiaResumo
Introdução: A estomia é uma intervenção cirúrgica caracterizada por uma exteriorização de víscera oca, com o objetivo de eliminar efluentes, podendo ser de caráter temporário ou permanente. A estomia provoca alterações consideráveis no estilo de vida, alimentação, e estado nutricional. Após a cirurgia os pacientes podem diminuir ou excluir alimentos essenciais, o que pode impactar diretamente o estado nutricional e ocasionar quadro de desnutrição e outras complicações. Objetivo: Relatar o estado nutricional e o consumo alimentar de um indivíduo com bolsa de colostomia temporária. Método: As informações apresentadas neste trabalho foram obtidas do projeto de extensão “Perfil clínico nutricional de pessoas com estomia no contexto amazônico”, realizado em uma unidade de referência especializada (URES) em Belém-PA, sendo aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa, com parecer N° 3.761.150. O estudo foi realizado com a aplicação de um questionário estruturado contendo aspectos sociodemográficos, estilo de vida, dados clínicos, avaliação de parâmetros bioquímicos, avaliação antropométrica com peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC) classificado de acordo com a Organização Mundial da Saúde, circunferência do braço (CB), e prega cutânea tricipital (PCT). Além disso, o consumo alimentar foi avaliado por meio de um recordatório 24h, considerando o tamanho e o volume da porção ingerida, as formas de preparo e suplementos. Após o diagnóstico nutricional, o paciente recebeu material educativo e orientações, destacando a importância de uma alimentação saudável para diminuir os desconfortos gastrointestinais resultantes da estomia. Resultados: Indivíduo casado, com ensino fundamental completo, o qual teve etiologia da bolsa de colostomia de caráter temporário após remoção de um tumor maligno. Além disso, não possuía condições crônicas, não tinha hábitos de etilismo e tabagismo, no entanto, era sedentário. Foi possível identificar por meio dos parâmetros antropométricos que possuía peso (73,6 Kg) e altura (1,75m), IMC (24,05 kg/m2), considerado eutrofia. Além disso, Circunferência da Cintura (94cm) demonstrando possuía risco cardiovascular moderado OMS (1998), CB% (88,96) indicando desnutrição leve da soma das áreas constituídas de tecido adiposo, ósseo e muscular e PCT% (86,08) demonstrando desnutrição leve da reserva de tecido adiposo. Além dos exames bioquímicos: Hemácias (4,12mm³); Hematócrito (36,5%); Hemoglobina (11,6 g/dl) abaixo dos valores de referência, e RDW (19,4) com valores elevados, os quais sinalizam uma anemia ferropriva. Em relação ao consumo alimentar, foi observado por meio do recordatório 24h o excesso do consumo de carboidratos refinados como a farinha, arroz e macarrão, em detrimento, há uma baixa ingestão de proteínas, fibras, e alimentos fonte de ferro em geral.
Conclusão: O paciente está com estado nutricional eutrófico com risco nutricional, além de apresentar deficiência nutricional de ferro com quadro de anemia. Ademais, observou-se o consumo alimentar inadequado com o consumo excessivo de carboidratos e a baixa ingestão de proteínas. Nesse sentido, o acompanhamento nutricional é fundamental para evitar complicações e deficiências nutricionais, atuando na manutenção e recuperação do estado nutricional no pré e pós-operatório de reconstrução intestinal.
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Referências
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