MAPEAMENTO CIENTÍFICO SOBRE ESTIGMA EM PESSOAS COM ESTOMAS INTESTINAIS: SUBISÍDIOS À ENFERMAGEM
Palavras-chave:
Estomas Cirúrgicos, Estigma Social, Estomaterapia, EnfermagemResumo
INTRODUÇÃO: Indivíduos submetidos a confecção de um estoma intestinal passam por mudanças de difícil adaptação, no qual ocorre alteração nos padrões de eliminação intestinal, dos hábitos alimentares, uso do equipamento coletor, alteração e rompimento da imagem corporal, transformações no modo que expressa sua sexualidade, além do processo de reconhecimento da deficiência física. Por isso, esse processo adaptativo da pessoa com estoma intestinal pode vir a ser arraigado pelos sentimentos de tristeza, vergonha e de não reconhecimento do próprio corpo, reforçados por fatores sociais de padrões estéticos idealizados culturalmente e estigmatizantes, podendo gerar o isolamento social e de mutilação corporal. Por isso, o profissional enfermeiro, que presta o cuidado diretamente a esse paciente tem papel significativo em assistir e amparar esse indivíduo de modo que este venha adaptar- se a nova condição, favorecendo o retorno das suas atividades sociais, e consequente melhoria da sua qualidade de vida. OBJETIVO: Mapear evidências científicas sobre o processo de estigmatização de pessoas com estomas intestinais. MÉTODO: Revisão de literatura realizada em junho de 2022, a partir do Portal de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de janeiro de 2022, utilizando as bases de dados SciELO; Scopus; Web of Science; MEDLINE e LILACS, respectivamente, empregando os descritores MeSH: Estomia; Estomas cirúrgicos; Colostomia; Ileostomia; Estigma Social; Discriminação Social, interligados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Com a combinação dos descritores identificou um universo de 74 produções, e nenhuma publicação na SciELO, 45 na SCOPUS, 16 na Web of Science, 11 na base de dados MEDLINE, e outras 2 na LILACS. RESULTADOS: Após a leitura integral dos textos, foram escolhidos seis artigos (amostra final) da investigação a fim de levantar o estado da arte do conhecimento científico produzido sobre o tema nas bases de dados, tornando evidente: há manifestações e impactos da estigmatização às pessoas com estomas intestinais, com destaque para: negação, autoculpa, vergonha internalizada, rejeição social e insegurança financeira. O fenômeno do estigma apresenta variações na intensidade e reação das pessoas em vivência de estomas intestinais, demonstrando-se complexo, dinâmico, envolvendo as características sociodemográficas: faixa etária, gênero e o tempo de permanência de estoma. Quanto à assistência de enfermagem, os estudos assumem a inexistência de intervenções sistematizadas de enfermagem relacionadas a problemática de estigmatização desses indivíduos, defendem que a gestão do cuidado, relacionada ao trabalho e à reinserção social saudável do paciente com estoma, deve ser objeto do plano de cuidados em enfermagem.
Além disso, enfermeiros(as) carecem de determinar os Diagnósticos de Enfermagem, subsidiando os resultados e intervenções de enfermagem no plano de cuidados, com enfoque nos problemas reais/potenciais da estigmatização, e ofertar aos grupos em estigmatização, atitudes saudáveis no processo de reabilitação, com o foco na superação das dificuldades e impactos psicossociais do estigma. CONCLUSÃO: Há estigmatização na vivência da pessoa com estoma intestinal, por isso a assistência de enfermagem à pessoa com estoma intestinal deve integrar o Processo de Enfermagem na identificação/reconhecimento do estigma e no suporte à resolução desse problema, a partir das evidências científicas.
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Referências
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