FATORES DE RISCO PARA INCONTINÊNCIA URINÁRIA RELACIONADO A GESTAÇÃO E PÓS-PARTO
Resumo
Introdução: Incontinência urinária (IU) é conceituada pela perda involuntária de urina, podendo ter múltiplos fatores associados como a idade, obesidade, esforço físico de alto impacto, multiparidade, período gestacional e pós-parto de algumas puérperas (1). Destacam-se em estudos que a ocorrência de incontinência urinária no pós parto são: IU de urgência, mista e esforço (2). As modificações anatômicas da musculatura do assoalho pélvico, e os órgãos envolvidos na parede abdominal e períneo durante o período gestacional são fatores predominantes no desenvolvimento de IU (3). Os sintomas IU podem ser temporários, acontecendo imediatamente após o período de expulsão. No entanto, destacam-se em estudos que cerca de 70% das mulheres que referiram IU após 3 meses de pós-parto, fugindo da normalidade aplicada ao quadro clínico supracitado (4). Dessa forma, percebe-se que o pós-parto pode estar diretamente relacionado aos casos de incontinência urinária em mulheres em idade fértil, afetando diretamente a qualidade de vida social e sexual das mesmas. Objetivo: Analisar na literatura científica os fatores relacionados em ocorrências de incontinência urinária em mulheres no período gestacional e pós- parto. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a busca foi realizada nas bases de dados: SciELO, LILACS e BVS, no período de junho e julho de 2023, onde utilizou-se os descritores (DEcS): incontinência urinária, gestação, período pós-parto, e entre eles foi utilizado o operador booleano AND. Os critérios de inclusão foram estudos completos com aderência ao tema e objetivo, nos idiomas português e inglês, dentro do corte temporal. Os estudos excluídos foram os incompletos, sem aderência ao estudo e provenientes de literatura cinzenta. Levantou-se (n=37) estudos, e após aplicação dos critérios de elegibilidade restaram 6 estudos que contemplaram a síntese final deste estudo. Resultados: Notou-se analiticamente através dos estudos selecionados que grande maioria de incidência de IU no pós-parto está relacionada a mudança anatômica da musculatura do assoalho pélvico com a condição referida pelas mulheres que estiveram envolvidas nos estudos. Todos abordam as mudanças fisiológicas do referido período como influência direta para o desenvolvimento da IU, assim como é mencionado que a prática de exercícios fisioterápicos podem ser de grande auxílio tanto na prevenção, quanto no tratamento. Além disso, a incontinência urinária associa-se também ao parto vaginal, devido ao maior esforço que é exercido, quando colocado em perspectiva juntamente aos partos realizados através de cesarianas. Conclusão: Diante dos resultados encontrados, sobressalta-se que a realização de exercícios de fortalecimento ao assoalho pélvico podem ser eficazes no tratamento da incontinência urinária no pós- parto, com efeitos positivos que levam a índices de melhora, proporcionando maior bem estar e qualidade de vida. Além disso, a consulta prévia para levantamento de fatores de riscos anteriores, e também os irritantes vesicais, fisiológicos e neuroginecourológicos, podem ter impacto significativo na ocorrência de IU. Logo, mesmo frente ao processo de tratamento de fortalecimento do assoalho pélvico, também é importante a realização do diário vesical e a verificação de irritantes vesicais, para ter conhecimento das condições no período pós-parto e para eficaz investigação e gerenciamento desta IU.