APLICAÇÃO DE COBERTURA TRADICIONAL VERSUS COBERTURA EXPERIMENTAL EM FERIDA COM EXPOSIÇÃO ÓSSEA
Resumo
INTRODUÇÃO: Em lesões com exposição óssea, a proteção e viabilidade devem ser priorizadas, uma vez que pode deixar sequelas graves no paciente, a exemplo da osteomielite. A medida mais eficaz para solução do problema visa a rotação de um retalho. Contudo, quando este não é viável, deve-se ter à mão a cobertura para proteção adequada e rápida cicatrização. OBJETIVO: Comparar a aplicação de coberturas padronizadas em um hospital escola com a cobertura experimental do Biopolímero da Cana- de-Açúcar (BC), no manejo clínico de uma lesão com exposição óssea. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. Sendo descrita a evolução de uma lesão com exposição óssea em região frontotemporal esquerda comparando a aplicação de coberturas padronizadas, em um Hospital Escola em Recife-PE, com a cobertura experimental de BC. Após avaliação da Comissão de Pele, a paciente iniciou seu tratamento com coberturas disponíveis no serviço por 43 dias (20/10/2020 a 04/12/2020) e posteriormente a cobertura experimental do BC, associando sua apresentação em gel, na concentração de 0,8%, e a película micro perfurada por 47 dias (04/12/2020 a 20/01/20210), sendo realizados acompanhamentos e avaliações duas vezes por semana. RESULTADO: O tratamento inicial foi realizado com gel de PHMB associado a gaze de Rayon® com petrolato, com troca a cada 48h. Devido a grande quantidade de exsudato purulento, em 26/10/2020 foi utilizado a gaze antimicrobiana sobre a tela de Rayon®, com troca a cada 72h. Em 03/11/23, ocorreu redução do exsudato sendo aplicado hidrogel + Rayon® com petrolato. Com 72h, devido ao aumento do exsudato purulento, o Rayon foi substituído por uma matriz cicatrizante associada a prata. Em 23/11/2020, o exsudato purulento ainda se mantinha em moderada quantidade, sendo aplicado Alginato com prata sobre a cobertura de Rayon® com petrolato na parte óssea, com troca a cada 72h. Devido ao início de necrose óssea, em 26/11/2020 foi suspenso o alginato com prata, e reaplicada a matriz de cicatrização associada a prata com o hidrogel, trocando de 5 a 7 dias. Em 04/12/2020 foi iniciado a aplicação do BC na apresentação em gel associado à sua película micro perfurada, com troca duas vezes por semana. Nos primeiros 15 dias ocorreu melhor controle do exsudato e manutenção da integridade óssea e regressão da isquemia óssea. O número de trocas do curativo primário foi reduzido, sendo realizada uma vez por semana; minimizando o manuseio direto da lesão. Com 47dias de uso do BC, ocorreu granulação tecidual para total cobertura da estrutura óssea exposta. CONCLUSÃO: Neste cenário, a cobertura experimental do BC favoreceu o controle da umidade e da infecção, reduziu a necessidade de trocas da cobertura primária, o uso de cobertura secundária e a manipulação. Além de estimular a granulação tecidual, proteção e integridade da estrutura óssea exposta.